Autorizada pelo Judiciário, a Polícia Civil prorrogou por mais 10 dias a investigação contra o cirurgião plástico Klaus Wietzke Brodbeck, suspeito de abuso sexual de 127 mulheres. Com isso, o inquérito deve ser entregue até 15 de agosto.
Essa é a segunda prorrogação do inquérito contra o médico. Inicialmente, a investigação deveria ser concluída até o dia 26 de julho.
Os pedidos de adiamento por parte da polícia se dão devido à necessidade de ouvir todas as vítimas, em depoimentos que são extensos e necessitam de atendimento com atenção, segundo a delegada Jeiselaure Souza.
Na última terça-feira (3), o Conselho Regional de Medicina do Estado (Cremers) decidiu punir com interdição cautelar total e temporária o cirurgião. Com isso, o profissional fica impossibilitado de exercer as funções pelo período de um ano.
A punição é em caráter extraordinário, até que ocorra o julgamento em definitivo do processo ético-profissional, que pode cassar o médico em definitivo. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União.
Médico preso
O médico — que está preso — já foi alvo de 23 sindicâncias ou processos ético-profissionais abertos no Cremers nos últimos 20 anos. Em pelo menos 15 desses casos, foi absolvido ou teve as denúncias arquivadas.
O número de vítimas quando o caso veio à tona, em 13 de julho de 2021, era de 12. Em apenas 13 dias, mais de cem mulheres procuraram a polícia por meio dos canais oficiais e até mesmo pelo Instagram da delegada responsável pela investigação.
Reportagem de GZH revelou que, no ano de 2003, Klaus também foi alvo de denúncias por parte de pacientes que diziam ter sido abusadas. Sete mulheres denunciaram o cirurgião naquele ano. Ele terminou indiciado por atentado violento ao pudor. Foi pedida a prisão dele, mas a solicitação foi negada pela Justiça.
Posição da defesa
O advogado Erial Lopes de Haro, que defende o médico, enviou nota sobre o caso. Confira:
"A defesa vê com naturalidade a prorrogação do prazo para conclusão do inquérito policial. Absolutamente nada de novo fora trazido e certamente a verdade prevalecerá!
De igual forma, reitera que a interdição cautelar é procedimento unilateral do Conselho Regional de Medicina e adotada em casos de grande repercussão, sem qualquer manifestação de defesa do médico acusado. No prazo legal, apresentaremos a defesa e o competente recurso ao Conselho Federal de Medicina. A verdade será restabelecida!"
Como fazer denúncias
A Delegacia de Polícia Especializada no Atendimento à Mulher da Capital pode ser contatada pelos telefones (51) 98402-2495/98682-9585 ou pelo WhatsApp da Polícia Civil: (51) 98444-0606.