A Polícia Civil registrou mais duas ocorrências de ataques com pedras contra veículos no mesmo dia em que Munike Fernandes Krischke, 45 anos, morreu após ter sido atingida por um paralelepípedo dentro do carro em que estava, no último sábado (12), na entrada de Porto Alegre, entre a freeway e a Avenida Castello Branco.
A investigação, que já tem o local exato do fato (foto ao lado), na alça de acesso à ponte antiga do Guaíba, analisa uma imagem, aguarda perícia e apura a situação de um grupo suspeito de agir na região cometendo delitos. Além disso, uma reunião foi marcada entre as autoridades para discutir medidas de segurança em rodovias da Região Metropolitana.
Dois motoristas que tiveram carros atingidos procuraram a Polícia Civil depois que Munike foi morta. Segundo a titular da 2ª Delegacia de Homicídios da Capital, delegada Roberta Bertoldo, um deles registrou ocorrência e relatou que teve o automóvel atingido provavelmente por uma pedra no mesmo trecho em que o marido de Munike, Alex Ramos, indicou como sendo o local do fato: na primeira alça de acesso da ponte antiga, no sentido Litoral/Porto Alegre.
— Este depoimento e o outro, da moça que falou com GZH, junto com o depoimento do marido da vítima, nos dão certeza do local onde ocorreu a tragédia e, mais ainda, de que provavelmente era um grupo atirando pedras para forçar a parada dos veículos e realizar assaltos — explica Roberta.
O outro caso foi o da engenheira Ana Paula Amaral, 31 anos, que passou pelo local 40 minutos antes de Munike ter sido atingida pelo paralelepípedo. Em entrevista a GZH, na última segunda-feira (14), ela relatou que o namorado conduzia o carro e que, por volta das 19h40min de sábado, os dois ouviram um estrondo.
— Pensei que tínhamos atingido um cachorro, mas meu namorado viu que foi uma pedra — relatou.
Após os depoimentos das duas vítimas de ataques, a delegada Roberta destaca que, no momento, analisa uma imagem de câmera de segurança da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). Contudo, a gravação ainda não revelou situação atípica e pode ser encaminhada para a perícia, assim como foram entregues chaves michas, usadas por ladrões para abrir portas de carros.
Os instrumentos foram encontrados na alça de acesso da ponte um dia depois da morte de Munike. Ainda não há suspeitos identificados, mas a polícia já tem informações de um grupo que realiza ataques a motoristas na região.
— Quanto a suspeitos, não temos, mas estamos incessantemente buscando tudo o que é possível, já que nossa força máxima está no caso. Temos informações muito importantes chegando sobre indivíduos que teriam sido vistos pela região jogando pedras e estamos focando nisso para criar o vínculo com o ocorrido ou descartá-lo — enfatiza Roberta.
Medidas de segurança
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Brigada Militar (BM) irão se reunir na quinta-feira (17) para discutir ações e medidas de segurança em passarelas, pontes e viadutos nas rodovias da Região Metropolitana. O horário e o local ainda não foram divulgados.
Neste ano, ocorreram dois ataques por semana somente em estradas federais e, após a morte de Munike, as rondas foram intensificadas — inclusive com abordagens de pessoas a pé no entorno de pontes e passarelas, bem como nos acessos urbanos a estes locais.
A BM também deve tomar as mesmas medidas nas estradas estaduais por meio do Comando Rodoviário. Na reunião agendada, também serão discutidas — e depois oferecidas para concessionárias e para o governo — medidas de segurança, como por exemplo, grades de proteção, colocação de mais câmeras de monitoramento e cercamento nas margens das estradas nos trechos mais perigosos, bem como reforçar dicas aos usuários.
Denúncias sobre ocorrências e sobre o caso de Munike podem ser repassadas pelos seguintes telefones: 0800 642 0121 e (51) 3288 2425 da Polícia Civil ou pelo 191 da PRF e pelo 198 do Comando Rodoviário da BM.