Alex Von Zeidler Ramos prestou depoimento na 2ª Delegacia de Homicídios de Porto Alegre na manhã desta terça-feira (15) sobre a morte da esposa Munike Fernandes Krischke, 45 anos, ocorrida na noite de sábado (12). Os dois estavam em um carro se deslocando no trecho entre a freeway e a Avenida Castelo Branco, na entrada da Capital, quando um paralelepípedo atingiu o para-brisa do veículo. A vítima foi levada para o Hospital de Pronto Socorro (HPS), mas não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital. Ramos registrou ocorrência, mas devido ao estado de choque — o que também impossibilitou que o depoimento tivesse ocorrido anteriormente, ainda tem dúvidas do local exato do fato.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Brigada Militar (BM) intensificaram a fiscalização para coibir este tipo de ação criminosa. O trabalho já era realizado em pontes, passarelas e viadutos em rodovias da Região Metropolitana.
A titular da 2ª Delegacia, delegada Roberta Bertoldo, informa que a principal hipótese é A de que houve uma tentativa de assalto. Segundo ela, criminosos teriam jogado a pedra de cima de um viaduto para atingir o automóvel e, assim, forçar o motorista a parar e realizar o assalto. Mesmo assim, o caso é tratado como homicídio qualificado porque Ramos não parou e foi direto ao HPS para tentar salvar a esposa. A delegada e o marido da vítima acreditam que o fato tenha ocorrido na alça de acesso da antiga ponte do Guaíba, que tem o vão móvel, tanto é que chaves michas — para abrir portas de carros — foram encontradas no local.
O outro trecho seria anterior ao primeiro, no sentido para quem se desloca em direção à Capital, ou seja, na alça de acesso à ponte nova do Guaíba. A PRF recebeu uma ligação informando que o caso ocorreu na alça de acesso da ponte antiga, mesmo endereço que consta no boletim de ocorrência, no entanto, a polícia acredita por ser noite e devido ao aspecto emocional fragilizado de Ramos no momento, também constava no registro que a pedra teria sido arremessada na ponte nova.
Roberta conseguiu uma imagem de câmera de segurança na região da ponte que tem o vão móvel, mas a qualidade não é boa e a perícia deve ser acionada. Ainda não há testemunhas do crime, por isso, não se tem também suspeitos identificados. A polícia trabalha com a hipótese de mais de duas pessoas e que podem morar nas proximidades.
Rondas
O inspetor Felipe Barth, da PRF, diz que as rondas foram intensificadas desde domingo, um dia após a morte de Munike, e que novas ações serão definidas em uma reunião com a BM que será realizada nesta semana. Por enquanto, segundo Barth, as fiscalizações irão ocorrer com foco em viadutos e acessos das principais rodovias da Região Metropolitana, onde ocorreram dois ataques por semana — neste ano — com pedras atiradas em carros.
— A PRF está fazendo fiscalização nas estradas, inclusive com abordagens de pessoas a pé no entorno dos viadutos, passarelas e pontes. Já a Brigada Militar atua no entorno, nos acessos urbanos a estes locais — explica Barth.
O inspetor ainda destaca que conversas estão sendo tratadas com concessionárias e o governo para melhorar a segurança na região, principalmente com grades de proteção em passarelas e viadutos, mas também sobre a colocação de mais câmeras de segurança e cercamento nas margens das estradas nos trechos onde houver rótulas e viadutos. O Serviço de Inteligência da PRF recebeu várias informações pelo telefone 191 sobre o caso envolvendo a morte de Munike e todas estão sendo repassadas para a Polícia Civil.
Sobre outras vítimas e testemunhas, a delegada Roberta agendou depoimento nesta semana da engenheira Ana Paula Amaral, 31 anos. Em entrevista a GZH, ela relatou que teve uma pedra arremessada contra o carro conduzido pelo namorado cerca de 40 minutos antes da morte de Munike. O fato também ocorreu na entrada de Porto Alegre no sábado passado.
A polícia divulga dois telefones de contatos para que outras vítimas procurem a polícia ou sobre ação de suspeitos: 0800 642 0121 e (51) 3288 2425.