Um grupo de cerca de 50 familiares de presos realizou protesto em frente ao Palácio Piratini, no centro de Porto Alegre, na manhã desta segunda-feira (23). O grupo reivindica uma reunião com o governador Eduardo Leite e solicita a flexibilização de regras — como a permissão do contato físico — durante as visitas em presídios.
Em reunião no último sábado (21), houve atualização do plano de visitas no sistema prisional.
— As famílias querem dar um abraço, ter pelos menos um contato nessa época de final de ano — diz Bruna Silva, 22 anos, que tem o marido preso no Presídio Central, em Porto Alegre.
O plano de visitas foi implementado a partir de 16 de outubro. Após um mês, foram flexibilizados os requisitos para a visita íntima.
Inicialmente, esse tipo de contato seria retomado somente após a sexta semana consecutiva na bandeira amarela no sistema de distanciamento controlado. Com a alteração, a visita íntima será possível a partir de dezembro, já na primeira semana de bandeira amarela, desde que o estabelecimento prisional esteja apto a receber visita social.
Durante o encontro no sábado, o secretário da Administração Penitenciária, Cesar Faccioli, e o chefe de gabinete da secretaria, Pablo Vaz, esclareceram aos representantes de familiares de presos o andamento do processo de atualização do plano.
— Mesmo compreendendo o sofrimento de esposas e familiares, esta seria a flexibilização possível, considerando a vinculação do plano ao modelo do governo e o momento de piora do quadro(da pandemia)no Estado — destacou Faccioli.
De acordo com o plano, é proibida a entrada de alimentos no estabelecimento nos dias de visita. O ingresso de menores de idade, pessoas com mais de 59 anos, gestantes, sintomáticos ou pertencentes ao grupo de risco também não podem ingressar nas unidades. O detalhamento do plano pode ser encontrado na íntegra neste site.
Durante o protesto, o grupo colou cartazes em tapumes da obra de revitalização da Praça da Matriz e, com balões, apitos e camisetas brancos, se posicionou em frente ao Piratini às 9h. Participaram do ato familiares de Guaíba, Montenegro, Novo Hamburgo, Canoas, Charqueadas, Mostardas e Porto Alegre.