O Rio Grande do Sul vai ganhar até o final do ano um espaço que poderia ser apelidado de a caixa-forte de vestígios de crimes. O imponente prédio situado ao lado da Estação Rodoviária, em Porto Alegre, foi todo concebido para garantir a segurança da prova — clique aqui e conheça os detalhes. Ou seja, armazenar e preservar elementos coletados em locais de ocorrências policiais e que, ao serem analisados por peritos, podem levar a identificação de criminosos, além de revelar a dinâmica de como um crime foi executado.
O Estado é o primeiro a montar o Centro Regional de Excelência em Perícias Criminais (Crepec), conforme o Ministério da Justiça. O objetivo é otimizar a prestação dos serviços, além de servir como centro de estudos e atuar em perícias de alta complexidade de toda a região sul do país.
Dentro do planejamento dos quase 12 mil metros quadrados do prédio, que será a nova sede do Instituto-Geral de Perícias (IGP) e onde funcionará o Crepec, também estão contempladas as condições adequadas de trabalho para peritos. Cada setor foi desenhado para permitir o fluxo ideal para as atividades dos departamentos que integram o IGP.
Vão funcionar dentro do Crepec o Departamento de Criminalística, o Departamento de Perícias Laboratoriais, o Laboratório de Confronto Papiloscópico do Departamento de Identificação (DI), os setores administrativos de cada unidade e a direção-geral do IGP. O prédio tem ainda auditório e espaço destinado a museu. O Departamento Médico Legal e o DI, que têm atendimento direto ao público, seguirão funcionando no bairro Azenha.
O novo centro de perícias foi erguido em um terreno junto à sede da Secretaria de Segurança Pública e custou cerca de R$ 30 milhões, sendo R$ 27 milhões pagos pelo governo federal e R$ 3 milhões, pelo estadual.
— A importância do centro está na possibilidade de agregar e reunir profissionais no que resultará em troca e fortalecimento técnico dos trabalhos — destaca a diretora-geral do IGP, a perita criminal Heloisa Helena Kuser.
Em 2013, quando o convênio para construção do centro foi assinado com o governo federal, Heloisa era coordenadora geral de Treinamento e Capacitação da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP), em Brasília, onde também acompanhou e impulsionou o nascimento do projeto. A obra começou em agosto de 2015. Em razão de modificações no projeto, esteve parada por um ano, sendo retomada em 2017. Atualmente, 96% do projeto está concluído, com previsão de inauguração em dezembro.