A Polícia Civil deflagrou nesta quinta-feira (6) a terceira fase da Operação Matriarcado em Porto Alegre. Foram cumpridos mandados de busca e de prisão nos bairros Bom Jesus e Cefer II, na zona leste da cidade. Seis pessoas foram detidas por tráfico e homicídio, além da apreensão de 25 quilos de maconha. No mês de janeiro deste ano, 22 integrantes de uma facção que tem base na zona leste queimaram vivo e em via pública um homem suspeito de estuprar a filha de 12 anos.
A nova ofensiva policial contra esse grupo foi mais uma vez coordenada pelo delegado Guilherme Gerhardt, titular da 1ª Delegacia de Homicídios da cidade. Segundo ele, o objetivo foi prender demais suspeitos do crime bárbaro que ocorreu em 13 de janeiro. Na ocasião, a ex-mulher do homem executado procurou uma traficante conhecida como "madrinha" — por isso Operação Matriarcado — para denunciar que o marido estuprou a filha do casal. A traficante acionou 22 criminosos que espancaram a vítima e realizaram o chamado "tribunal do tráfico".
— Seguindo um código de conduta próprio, eles mesmos, incluindo a traficante conhecida como madrinha, julgaram a vítima em meio a uma sessão de tortura — ressalta Gerhardt.
Depois disso, o homem foi queimado vivo em um matagal nas proximidades de uma praça no bairro Bom Jesus, onde havia pessoas caminhando e crianças brincando. O crime foi gravado em imagens de câmeras de segurança e, desta forma, a polícia conseguiu identificar os autores. Em março, nove suspeitos foram presos na Operação Matriarcado I e, em abril, na segunda fase, outros dois foram detidos. Nesta quinta-feira, foram presos cinco suspeitos e apreendido um adolescente. Com eles, foram localizados 25 quilos de maconha, cocaína, dinheiro, três armas, balança de precisão e celulares.