Cerca de 40 dias após a primeira ofensiva, a Polícia Civil realizou, na manhã desta segunda-feira (29), nova etapa da operação para prender integrantes de uma facção baseada na zona leste de Porto Alegre. Mais 11 pessoas do bairro Bom Jesus – com prisão preventiva decretada – estão sendo procurados por suspeita de envolvimento na morte de um homem, em janeiro deste ano, acusado pelos traficantes de ter estuprado a própria filha, de 12 anos.
Até as 7h30min, duas pessoas haviam sido presas – outros nove seguem foragidos. No total, 130 agentes, com apoio de um helicóptero, também cumpriram outros 23 mandados judiciais de busca na Capital.
A 1ª Delegacia de Homicídios identificou 22 criminosos que seriam os responsáveis pela morte do integrante da facção, que foi torturado, agredido com pauladas e queimado vivo no chamado microondas – envolto por pneus.
— Ele foi julgado pelo chamado "tribunal do tráfico" pela mulher que coordenava a venda de drogas na região, mas a mando de um apenado em um presídio federal no Mato Grosso do Sul — diz o delegado Guilherme Gerhardt, responsável pelo caso.
A operação recebeu o nome de Matriarcado II, em referência a esta mulher – que foi presa na primeira etapa da ofensiva, realizada em 18 de março. Segundo o delegado, outros suspeitos de envolvimento na facção e no homicídio investigado foram identificados após as primeiras prisões.
Os crimes apurados nesta investigação são homicídio triplamente qualificado, organização criminosa e tortura.
O homem que foi morto pelos traficantes – e que não está tendo o nome divulgado para não expor a suposta vítima de abuso, que segue sendo investigado – teve a execução gravada por câmeras de segurança (veja abaixo). As imagens auxiliaram a polícia a identificar os criminosos, que mataram a vítima em meio à passagem de pedestres, carros e crianças brincando nas ruas.