A Polícia Civil tenta localizar um homem que se passava por executivo de instituição financeira — uma seguradora — durante festas e até viagens para atrair investidores em pirâmide financeira montada no Vale do Paranhana e que lesou mais de 200 pessoas em cerca de R$ 50 milhões. Durante buscas na casa do investigado, que era conhecido como "ator", em Porto Alegre, no final da tarde de quarta-feira (29), foram apreendidos celulares, notebooks, revólver e R$ 30 mil.
O delegado Ivanir Caliari, da Delegacia de Três Coroas, responsável pela investigação que resultou em operação policial em junho deste ano, cumpriu mandado de busca na residência do investigado, mas ele não estava no local. A casa fica no bairro Moinhos de Vento. Foram apreendidos três celulares, dois notebooks, um revólver e R$ 30 mil em dinheiro. O homem é procurado para dar explicações.
— Ele é conhecido e chamado pelos demais suspeitos de ator, tanto é que participava de festas e até viagens se passando por executivo financeiro para dar uma ideia de veracidade ao esquema, mas na verdade era para atrair investidores e fazer com que os responsáveis pela pirâmide ganhassem a confiança das vítimas — ressalta Caliari.
A polícia destaca que o suspeito não tem mandado de prisão contra ele, mas o depoimento dele é importante para a investigação. O nome do homem não foi divulgado por enquanto porque Caliari negocia a apresentação dele, junto a um advogado, para esclarecimentos.
Pirâmide Financeira
Ao todo, 14 pessoas foram indiciadas por causar prejuízo aproximado de 50 milhões a mais de 200 vítimas nos vales do Paranhana e do Sinos. O grupo tinha um sítio avaliado em R$ 6 milhões em Taquara — com piscina com borda infinita e até um bunker — o local já foi alvo de saques, e, nesta semana, ainda foi parcialmente destruído em incêndio.
Nas ações policiais, também foram sequestrados judicialmente mais de 60 veículos e vários imóveis.
Caliari apurou que havia lavagem de dinheiro, de pelo menos R$ 10 milhões, através do investimento em criptomoedas de outra pirâmide financeira, na bolsa de valores e em veículos e imóveis.