A Polícia Civil de Taquara, no Vale do Paranhana, apura as causas de um incêndio em uma residência na zona rural do município na madrugada desta segunda-feira (27). A propriedade pertence a suspeitos de operar um esquema de pirâmide financeira que deixou mais de 100 vítimas e causou prejuízo de mais de R$ 27 milhões em cidades da região. O esquema foi desmantelado na Operação Faraó, da Polícia Civil, em junho deste ano.
— Ainda não temos o elemento para dizer se foi criminoso ou não. Os peritos chegaram no final da tarde e devem ajudar a determinar o que aconteceu. Por enquanto, não é possível dizer se há relação com a operação ocorrida há dois meses — informou a delegada Rosane de Oliveira.
Segundo a delegada, o fogo começou por volta das 6h da manhã. A residência é avaliada em R$ 3 milhões e conta com uma piscina com borda infinita e até uma espécie de "bunker" com três andares abaixo do solo.
— É um belo lugar. O fogo consumiu todo o salão de festas e o deck de madeira. Queimou tudo — disse a delegada, que afirma que o fogo também pode ter sido acidental.
Os bombeiros encontraram dificuldades para ingressar no local pois os portões estavam trancados. O local é cercado e conta com segurança reforçada e vários cômodos. O salão de festas incendiado fica nas proximidades da piscina com vista para o Vale do Paranhana. Uma construção ao lado da casa, dentro do terreno, foi encontrada pela polícia em junho. Trata-se de uma espécie de "bunker", com entrada secreta e com três andares para baixo do solo.
À época da operação, GaúchaZH apurou que os dois homens considerados mentores da espécie de pirâmide financeira criaram uma empresa de consultoria de investimentos chamada Mind7se, com sede em Taquara.
Em relação ao lucro obtido após o suposto crime de estelionato em mais de cem vítimas, o delegado Ivanir Caliari destaca que ocorria a lavagem de dinheiro.
Os suspeitos também adquiriram bens, como os mais de 60 veículos e imóveis, tudo avaliados em mais de R$ 10 milhões. Um destes investimentos era justamente o sítio de R$ 3 milhões, em Taquara, onde houve o incêndio.