A Polícia Civil realizou, na manhã desta quinta-feira (28), operação para desarticular um novo esquema de extorsão de comerciantes no Centro Histórico de Porto Alegre. Segundo as investigações, os criminosos possuíam dados das vítimas e faziam ameaças de morte, agressões ou até incêndio dos estabelecimentos comerciais.
Três apenados foram identificados como envolvidos no esquema, sendo que um deles é ex-funcionário de uma das vítimas. Duas mulheres ligadas ao grupo também foram identificadas.
- Áudio da extorsão, repassado pela polícia:
A ação foi coordenada pelo delegado Paulo César Jardim, titular da 1ª Delegacia da Capital. Ele e sua equipe descobriram há três semanas que um grupo de apenados de Charqueadas estava extorquindo um comerciante. Mesmo que outras denúncias estivessem sendo verificadas durante este período, foi deflagrada a Operação Incendiários, para evitar que a vítima pagasse o valor exigido, de R$ 60 mil, ou então que fosse ameaçada caso não enviasse a quantia.
— Não podíamos esperar, por questões de segurança. Apesar disso, as investigações continuam para identificar mais suspeitos e também mais vítimas — explica Jardim.
São investigados dois apenados da Penitenciária Modulada de Charqueadas, sendo que um trabalhou no estabelecimento comercial da vítima extorquida, e outro que foi transferido para a Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ), também no município.
As ações ocorreram, além de Charqueadas, em Porto Alegre, Viamão e São Leopoldo. Ao todo, 30 agentes cumpriram cinco mandados de busca e dois de prisão. Estes últimos são duas temporárias em relação às mulheres. Uma delas foi presa no bairro Lomba do Pinheiro, na Capital, e a outra é considerada foragida. Os nomes dos detidos não foram divulgados. Os apenados tiveram prisão preventiva decretada para mais este delito.
Outras extorsões
Nesta semana, um dos líderes de facção criminosa que ameaçava comerciantes no ano passado foi preso no bairro Mario Quintana, na zona norte de Porto Alegre. Ele estava foragido há oito meses.
Em setembro de 2019, mais de 250 agentes realizaram uma operação coordenada pela 17ª Delegacia de Porto Alegre para prender oito suspeitos de extorquir comerciantes perante ameaças. Eles cobravam até R$ 500 por mês e uma das vítimas, que não quis pagar o valor do "pedágio", teve o estabelecimento comercial incendiado.
A diferença dos casos do ano passado para este investigado agora é o fato de que, conforme a polícia, os criminosos possuem vários dados das vítimas.