Terminou por volta das 20h deste sábado (30) o depoimento de Alexandra Dougokenski, 32 anos, mãe do menino Rafael Mateus Winques, 11 anos, encontrado morto na última segunda-feira (25) na cidade de Planalto, no norte do Estado. O interrogatório, ocorrido no Palácio da Polícia, em Porto Alegre, durou aproximadamente cinco horas. Alexandra está presa no Presídio Feminino de Guaíba, na Região Metropolitana.
Segundo o delegado Eiberth Moreira Neto, responsável pelo caso, Alexandra manteve a sua versão, explicando que decidiu ocultar o cadáver de Rafael logo após verificar os seus sinais vitais e perceber que estava morto, principalmente pela presença do outro filho, um adolescente de 17 anos, dentro de casa. Quanto ao restante do depoimento, garantiu ser um interrogatório extenso, mas esclarecedor.
— Esclarecemos questões abertas na investigação, inclusive, envolvendo bem a dinâmica do fato. Logicamente tem situações que são alegações da defesa e da própria investigada que a nossa linha de investigação não adere. Retornaremos a Planalto para dar continuidade a essas questões — comentou.
O advogado Jean Severo voltou a sustentar que Alexandra não teve intenção de matar o filho e descartou a participação de outra pessoa no crime.
— Ela respondeu a mais de 200 perguntas de três agentes policiais, não se furtou a nenhuma pergunta e demonstrou uma coerência corretíssima sobre os acontecimentos — garantiu o defensor.
O delegado Eiberth confirmou que haverá a reconstituição do caso e que irá aguardar o retorno dos laudos periciais antes de solicitá-la:
— É tanto intenção da investigação policial quanto da defesa. Mas precisamos concluir outras diligências para então fazer a reconstituição.
O caso
Rafael foi encontrado morto na segunda-feira (25), após a mãe confessar o crime. A mulher, que está presa de forma temporária, alega que a morte do filho aconteceu de forma acidental, por ingestão de medicamento. Ela mesma comunicou falsamente ao Conselho Tutelar e à Polícia Civil o desaparecimento do garoto, o que gerou comoção e mobilização para buscas na comunidade.
A mulher alega que cometeu o crime sozinha. A polícia apura o caso como homicídio doloso, quando há intenção de matar, e investiga a motivação e se há participação de outra pessoa.