A Polícia Civil confirmou neste sábado (30) que irá pedir a reconstituição da morte de Rafael Mateus Winques, 11 anos, em Planalto, no Norte gaúcho. A mãe do menino, Alexandra Goudokenski, foi presa após confessar a autoria do crime e levar os agentes até onde o corpo estava escondido.
— Sem sombra de dúvidas, nós faremos uma reconstituição no futuro, até porque existe pedido da defesa nesse sentido — garantiu o diretor do Departamento de Polícia do Interior, Joerberth Nunes.
O delegado ponderou que irá aguardar o retorno de laudos periciais antes de fazer o pedido de reconstituição. O objetivo é conseguir contrapor e detalhar o fato já com a informação dos peritos.
A reconstituição, chamada tecnicamente de reprodução simulada dos fatos, é feita por peritos do Instituto-Geral de Perícias (IGP). No procedimento, os agentes tentam remontar todos os momentos de um crime, detalhando potenciais divergências nos relatos. Desde que a mãe do menino foi presa, na segunda-feira (25), após confessar a morte, os agentes ainda avaliavam a realização da reconstituição.
O advogado Jean Severo, que defende Alexandra, informou que na ocasião ela vai detalhar como tudo ocorreu. A tese da defesa é que a morte foi sem intenção e que o menino passou mal após ser medicado pela mãe com diazepam. Depois, “desesperada”, ela teria escondido o corpo. A versão não convence os policiais, que acreditam que houve intenção e a participação de outras pessoas.
Relembre o crime
Na segunda-feira (25), Alexandra confessou aos policiais que havia escondido o corpo do garoto. As autoridades locais procuravam há 10 dias pelo menino, com buscas pelo Corpo de Bombeiros e pela Brigada Militar. A própria mãe dizia não saber onde ele estava e pedia a ajuda da comunidade. Em um interrogatório, que começou às 10h daquele dia e durou cerca de sete horas, ela disse aos policiais que havia escondido o corpo.
Depois, ainda na última semana, ela foi ouvida no Presídio Estadual de Iraí, onde era mantida presa temporariamente, ainda sem o advogado. Alexandra foi transferida na quarta-feira (27) para o Presídio Feminino de Guaíba, na Região Metropolitana.
A morte de Rafael gerou comoção na comunidade de Planalto. Houve carreata após a morte do menino, pedindo Justiça. Em uma coletiva de imprensa, o delegado Joerberth comparou a morte ao caso Bernardo Boldrini, morto em 2014 em Três Passos, pelo pai, pela madrasta e por dois amigos dela.