Nesta sexta-feira (29), as autoridades avançam na investigação da morte do menino Rafael Mateus Winques, em Planalto, no norte do Rio Grande do Sul. A casa onde a criança de 11 anos morava e o local onde o corpo dele foi encontrado passarão por mais uma etapa de perícia, pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP), a fim de elucidar a forma como ocorreu o homicídio.
— O local muitas vezes "fala". Os fatos se deram dentro da casa da mãe e na casa vizinha, então temos que refazer todos esses locais — afirmou a chefe de Polícia do RS, delegada Nadine Anflor, em entrevista ao Gaúcha Atualidade.
O corpo de Rafael foi encontrado pela polícia no final da tarde de segunda-feira (25), dentro de uma caixa de papelão — enrolado em um lençol e com uma corda no pescoço —, em uma casa localizada próximo à residência da família. A distância é de cerca de cinco metros.
Após confessar o crime à Polícia Civil, a mãe da criança afirmou que levou o corpo até o local, que se encontrava vazia — os donos da residência estavam viajando.
Alexandra Dougokenski, 32 anos, diz que amarrou o corpo em uma corda para poder puxá-lo até a casa onde foi encontrado, na parte externa, em uma garagem. Os policiais acreditam que ela poderia fazer este trajeto sozinha. Até o momento não há um indicativo de que outras pessoas participaram do crime, mas, segundo a delegada Nadine, é necessário "trazer com certeza a verdade do que aconteceu", inclusive a possibilidade de premeditação:
— O que se tem hoje é a confissão da mãe e o menino encontrado dentro de uma caixa de papelão. Tem inúmeros questionamentos que se faz: como é que esse menino foi colocado? Ele foi arrastado? Essa caixa de papelão já estava lá? Olha, colocar uma criança de 11 anos dentro de uma caixa de papelão, não é uma caixa que a gente tem no fundo da casa. Isso não foi premeditado? Tudo isso teremos para apurar.
Neste momento, os peritos trabalham na elaboração do laudo do local do crime, onde são analisados todos os vestígios encontrados. O Departamento de Perícias Laboratoriais de Porto Alegre ainda está analisando as amostras que foram coletadas, com uso de luminol. No dia 22 de maio, uma semana após o menino desaparecer, foi realizada busca por vestígios na casa onde a criança vivia, na residência da avó e em um veículo.
Alexandra está presa temporariamente — por 30 dias — para que a atuação no homicídio seja apurada. Mas, dependendo do que for verificado, poderá ser solicitada a prisão preventiva, que, neste caso, não tem prazo determinado.