O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, deu entrevista coletiva antes dos shows do Rock in Rio 2019, neste domingo (29), onde tocou no tema da segurança pública e no caso de Ágatha Félix, garota de oito anos que foi baleada no último dia 20 no Complexo do Alemão. O governador comentou que vai ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) contra Paraguai, Bolívia e Colômbia para ajudar a frear a violência no Estado.
— Já entrei em contato para que eu possa expor o que está acontecendo no Rio de Janeiro e pedir providências junto a esses países (...) O próprio Conselho de Segurança da ONU pode tomar essa decisão de retaliar Paraguai, Bolívia e Colômbia no que diz respeito às armas. Ou seja, países que vendem armas para esses países têm que ser proibidos de fazê-lo, sob pena de continuar esse massacre que vivemos nas comunidades do Rio de Janeiro — apontou.
Witzel foi questionado sobre o show da cantora Lellê, que se apresentou no Rock in Rio na sexta-feira (27), pedindo uma salva de palmas para Ágatha em um momento da performance.
— Eu vejo que a oposição perdeu discurso. Eles deveriam estar discutindo agora como melhorar a educação, mas nós (o governo) estamos fazendo com a educação algo que nunca foi feito, com a saúde algo que nunca foi feito, e com a segurança, a mesma coisa, algo que nunca foi feito — respondeu.
— Querer fazer palanque de uma criança, ou de quem quer que seja, como palco de político, é uma indecência da oposição. Quem embarca nessa história... Nós temos que respeitar a diversidade, mas quem embarca nessa história está dando eco a uma política perversa contra algo que está sendo bem feito — completou.
Witzel disse que o caso de Ágatha está sendo investigado pela polícia e frisou que não há "nenhum tipo de interferência" de sua parte no processo. O governador afirmou ainda que a polícia do Rio de Janeiro não deveria ser "crucificada" pela violência que ocorre na cidade:
— Quem tem que ser crucificado, digamos assim, é quem vende essas armas de forma ilícita, passando por países soberanos, para que a comunidade no Rio de Janeiro fique sangrando.
Witzel posicionou "traficantes de armas e traficantes de drogas" como "os verdadeiros vilões" da violência urbana.
— A gente tem que fechar a porteira do Paraguai, de forma a não permitir que essas armas entrem, e que a gente fique discutindo e permitindo que se faça palanque em cima do caixão de pessoas que são vítimas da violência — completou.