Dois presos apontados por envolvimento no motim seguido de incêndio na Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan), na noite de domingo (15), foram isolados na manhã desta segunda-feira (16). A partir de agora, cada um deles está sozinho em celas diferentes do presídio.
Segundo o titular da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), Cesar Augusto Ouriques da Veiga, a identificação dos homens foi feita por agentes que estavam de plantão. Todos eles apontaram uma única cela como sendo o local onde o fogo começou.
— Eles foram isolados por indisciplina, por não obedecerem as regras. Se exaltaram e efetivaram o motim, fazendo com que os outros presos participassem — diz.
Por volta de 22h30min de domingo, um grupo de detentos colocou fogo em colchões e travesseiros e, a partir disso, o motim se iniciou, atingindo três galerias da unidade de número dois do complexo (Pecan 2). Os objetos em chamas foram atirados para fora das celas, ainda na área interna do presídio.
O tumulto deixou sete detentos feridos — em nenhum caso houve queimaduras ou inalação de fumaça. Todos já receberam atendimento médico e retornaram para as celas.
A partir de agora, a Susepe vai instaurar um processo administrativo disciplinar (PAD) para apurar a ocorrência. Os agentes buscam descobrir quem participou do motim e quem liderou a ação.
— O procedimento vai investigar exatamente o que aconteceu na noite passada. Dependendo do caso, a decisão poderá ser pela transferência dos detentos. Mas a homologação vai depender da Justiça — explica o superintendente.
Não houve danos à estrutura do prédio, nem às partes elétrica e hidráulica. Conforme a Susepe, o motim foi motivado pela colocação de um scanner corporal no presídio há cerca de um mês. O equipamento, presente em outras penitenciárias gaúchas, tem como objetivo barrar a entrada de drogas, armas e outros itens proibidos.
Na noite de domingo, familiares de presos chegaram a se aglomerar em frente à penitenciária para buscar informações. Eles só deixaram o local depois das 5h desta segunda, após conversarem com um agente da Susepe.
Novas vagas
Mesmo com a ocorrência deste domingo, está prevista para esta semana a abertura de 288 vagas na Pecan 2, a mesma unidade onde houve o motim. Parte do local estava interditada desde março do ano passado, quando um incêndio atingiu duas galerias, danificando as redes hidráulica e elétrica. O fogo teria sido provocado por presos que não concordaram com regras impostas, como uso de uniforme.
— A reabertura estava prevista para entre hoje e amanhã, mas agora, com isto que aconteceu, deve demorar mais uns dias — afirma Veiga.