O motim que terminou em um incêndio e com sete presos feridos na Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan), na noite deste domingo (15), foi motivado pela instalação de um scanner corporal, colocado no complexo há cerca de um mês. Segundo o titular da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), Cesar Augusto Ouriques da Veiga, o equipamento — que está presente em outros presídios do Estado — tem como objetivo barrar a entrada de drogas, armas e outros itens proibidos.
— Ele (o scanner) diminui consideravelmente a entrada de ilícitos. O nosso setor de inteligência identificou que os presos se revoltaram e, por isso, houve esta repercussão — disse.
A confusão começou quando um grupo de detentos colocou fogo em travesseiros e colchões na unidade número 2 do complexo, a chamada Pecan 2. Segundo Veiga, os presos atiraram os objetos para fora das celas, ainda na área interna do presídio.
Todos os presos foram revistados e nenhum apresentou ferimentos graves, nem houve casos de inalação de fumaça. Sete pessoas tiveram ferimentos leves, causados pelo motim — conforme a Susepe, eles já receberam atendimento médico e não serão transferidos.
Na noite de domingo, familiares de presos chegaram a se aglomerar em frente à penitenciária para buscar informações. Eles só deixaram o local depois das 5h, após conversarem com um agente da Susepe.
Segundo Veiga, a situação está normalizada na manhã desta segunda-feira (16). Conforme o superintendente, agentes fizeram uma vistoria e constataram que não houve danos à estrutura do prédio, nem às partes elétrica e hidráulica.
Agora, a Susepe tenta identificar quem são os presos que lideraram o motim. A partir disso, será aberta uma investigação:
— Vamos ver se isso se confirma e abrir um processo administrativo disciplinar (PAD), comunicando o Judiciário. Como não houve danos significativos, nem novo levante, estamos considerando a situação como de normalidade.