Mais de um mês depois do crime, o policial militar que matou a esposa com um tiro de arma de fogo porque a teria confundido com um criminoso ainda não prestou depoimento na Polícia Civil. Thaiane Oliveira, 29 anos, morreu na madrugada do dia 24 de julho, em Capela de Santana, no Vale do Caí.
Conforme o relato do soldado, em conversa logo após o crime, o disparo foi um acidente. Ele afirmou que percebeu a presença de uma pessoa caminhando com uma lanterna dentro de casa, no bairro Bosques. Disse ainda que, horas antes, havia desligado a energia elétrica na residência por causa de um temporal.
O tiro atingiu a mulher no peito. Ao perceber que se tratava da esposa, ele relata que acionou a Brigada Militar (BM) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas a vítima não resistiu.
Na mesma madrugada, segundo a BM, o homem estava em estado de choque e foi levado para o hospital da instituição, em Porto Alegre. Desde então, permanece no local.
Conforme o delegado que conduz as investigações, Rodrigo Lorenzini Zucco, a polícia tentou, por algumas vezes, ouvir o homem. No entanto, ele foi impedido de falar por determinação de um médico do hospital. A assessoria da BM afirma que o soldado está "sob medicação" porque apresentou comportamento que tende ao suicídio. Não há previsão nem para que ele preste depoimento nem para que receba alta.
De acordo com a polícia, amigos e familiares dos dois já foram ouvidos. Não houve relatos que indiquem violência doméstica na relação do casal. A mulher nunca registrou boletim de ocorrência contra o marido.
No entanto, até a conclusão do inquérito, Zucco afirma que não descarta nenhuma linha de investigação.
Além do depoimento do soldado, falta finalizar a perícia do celular da vítima, que está com o Instituto-Geral de Perícias (IGP).