O presidiário Marcos Luís Bergham, que furou uma barreira da Polícia Federal e acabou preso após ser ferido a tiros, teve a prisão em flagrante decretada pela Justiça Federal por tentativa de homicídio. Ele foi autuado por tentar matar 10 agentes federais que faziam dois bloqueios numa estrada vicinal no município de Cristal, zona sul do Estado, na quarta-feira (17). No confronto, morreram duas ocupantes dos veículos em fuga. Uma criança ficou ferida.
A PF fazia barreiras para evitar o resgate de uma quadrilha de assaltantes de banco que está refugiada nas matas de Cristal. Quatro carros romperam um dos bloqueios e dois deles foram parados a tiros por agentes da PF, numa segunda barreira. Os outros dois escaparam. Nos veículos que pararam, um Civic e um Celta, foram atingidas as duas mulheres, uma criança e o marido de uma delas, Bergham. O filho dele, de quatro anos, também ficou ferido.
No tiroteio morreram Daniela Wizemann (mulher de Bergham) e Aline Schmidt Pirola, ocupante de outro veículo e também companheira de um procurado pela PF por envolvimento em assaltos (já condenado por receptação de mercadoria furtada).
Bergham, condenado três vezes por duas tentativa de homicídio e um homicídio, deveria estar em prisão domiciliar, mas estava 262 quilômetros distante de onde reside, em Lajeado. Ele tripulava um Honda Civic e, dentro do veículo, foi encontrada uma pistola calibre 9 mm com cápsulas deflagradas - os federais dizem que o presidiário disparou contra a barreira policial.
Bergham foi interrogado na noite de quarta-feira e decidiu ficar em silêncio, o tempo inteiro. Os policiais o autuaram por tentativa de homicídio em dois episódios: ao furar a primeira barreira, jogando o carro contra as viaturas policiais, e ao disparar contra os policiais, antes de ser contido na segunda barreira. As 10 tentativas de homicídio acabam transformadas em um só inquérito, mas rendem agravantes num possível processo judicial.
Pela gravidade do caso, a 11ª Vara Federal, de Porto Alegre, resolveu dispensar a audiência de custódia e ordenou o encaminhamento imediato do preso para um presídio. Bergham, que está preso na Superintendência da Polícia Federal na Capital, deve ser transferido para o Presídio Regional de Lajeado.