Após quatro meses de investigação, a Polícia Civil deflagrou, na manhã desta sexta-feira (28), operação com 175 agentes para desarticular uma rede de lavagem de dinheiro montada por dois integrantes de uma facção gaúcha que tem base no Vale do Sinos. Foram cumpridos 23 mandados de busca e cinco de prisão temporária em cinco cidades do Estado — até as 7h45min, quatro pessoas haviam sido presas.
Também foram apreendidos dois veículos, além do sequestro de cinco imóveis de luxo e o bloqueio de sete contas bancárias. Os bens sequestrados somam R$ 5 milhões.
Os dois alvos são suspeitos de utilizar uma rede de laranjas — com familiares e comparsas sem antecedentes criminais — para ocultar bens adquiridos com dinheiro do tráfico internacional de drogas e com a distribuição dos entorpecentes no Rio Grande do Sul. A dupla também atuaria com jogos de azar, utilizando, segundo a polícia, milícias para extorsões de contraventores e comerciantes.
A ação realizada pela Delegacia de Repressão ao Crime de Lavagem de Dinheiro do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc) obteve também 47 quebras de sigilo bancário, fiscal e financeiro de integrantes da organização criminosa. Os mandados ocorreram em São Leopoldo, Novo Hamburgo, Campo Bom, Porto Alegre e Lajeado.
Alvos
Os dois homens alvos da operação são apontados como gerentes da facção do Vale do Sinos. Um deles é Marizan de Freitas, 31 anos, atualmente na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).
Além de antecedentes criminais por tráfico de drogas, associação para o tráfico, latrocínio, roubos, homicídios, associação criminosa, organização criminosa e porte de armas, ele tem 70 anos de condenação por homicídio e tráfico. Freitas é apontado como mandante de execuções, atuando em áreas como Campo Bom, São Francisco de Paula, Gramado e Parobé.
O outro investigado é Antônio Marcos Braga Campos, o Chapolin, 36 anos, que está desde o ano passado em presídio federal de Mossoró (RN). Ele tem 56 anos de condenação e atua nas regiões dos vales do Taquari e do Rio Pardo.
GaúchaZH tenta contato com as defesas de Freitas e Campos, mas não conseguiu retorno até a publicação desta matéria.