Na segunda-feira (11), teve início o desfecho do caso Bernardo Uglione Boldrini, o garoto assassinado há quase cinco anos em Frederico Westphalen. No fórum da cidade de Três Passos, o julgamento dos reús — o pai, Leandro Boldrini, e a madrasta, Graciele Ugulini, estão presos pelo crime, assim como Edelvânia e Evandro Wirganovicz — foi marcado por depoimentos marcantes, bate-boca, contradição e, principalmente, emoção.
Todos os réus - Leandro Boldrini, Graciele Ugulini, Edelvânia Wirganovicz e Evandro Wirganovicz - foram condenados. Confira aqui os crimes pelos quais eles vão cumprir as penas.
Dinheiro para "dar fim" em Bernardo
A ex-secretária do médico Leandro Boldrini, Andressa Wagner, confirmou durante o segundo dia de julgamento, na tarde de terça-feira (12), que Graciele Ugulini chegou a afirmar que precisava "dar um fim" em Bernardo. Ela foi a quarta testemunha a ser ouvida no júri.
"Ele era bem carinhoso", afirma ex colega de pai de Bernardo
A primeira testemunha a depor no terceiro dia de julgamento, na quarta-feira (13), a pedido da defesa de Leandro Boldrini, foi o ex-funcionário Luiz Omar Gomes Pinto. Ele afirmou que desconhecia agressividade do pai com Bernardo, que ele era ausente devido ao trabalho e que era uma pessoa de trato fácil e humilde.
Perito: "Indícios fortes de falsificação"
Uma das testemunhas mais esperadas pela defesa de Leandro Boldrini, o perito particular Luiz Gabriel Costa Passos, aposentado do Instituto de Criminalística do Paraná, afirmou que a receituário para comprar Midazolam, não foi assinado por Boldrini e que há "indícios fortes de falsificação". Midazolam é o remédio que teria causado a morte de Bernardo Uglione Boldrini, em 4 de abril de 2014.
"Eu não mandei matar" , afirma o pai
Por cerca de três horas, Leandro Boldrini foi interrogado também terceiro dia de julgamento pela morte do filho Bernardo. Ele atribuiu a culpa pela morte do menino à madrasta Graciele Ugulini e Edelvânia Wirganovicz e frisou: "Eu não mandei matar".
"Só quero o perdão dele", diz a madrasta
No quarto dia de julgamento, quinta-feira (15), a mulher acusada de ter planejado e matado Bernardo, Graciele Ugulini, chorou durante quase todo o depoimento à juíza Sucilene Engler. Em sua fala, a madrasta manteve a versão de que o marido, Leandro Boldrini, não soube da morte do filho. "Só quero o perdão dele", disse na ocasião, se referindo ao pai do menino.
Amiga da madrasta diz que abriu cova
Terceira ré a ser interrogada no julgamento do caso Bernardo, Edelvânia Wirganovicz começou o depoimento chorando na quinta-feira e dizendo à juíza Sucilene Engler que os fatos relacionados à execução do crime não são verdadeiros. Ela afirmou que Greciele "não gostava dele (Bernardo)". Além disso, deu detalhes sobre o crime.
Desmaio durante sessão
Ainda durante o depoimento de Edelvânia, quando a juíza daria início aos questionamentos dos promotores, a acusada passou mal e desmaiou de seu assento. A sessão foi interrompida, e o advogado da ré afirmou que a cliente não teria mais condições de prosseguir com o interrogatório.
Evandro: "Se eu devesse, podia tirar meus filhos de mim"
Irmão de Edelvânia e apontado como responsável por cavar o buraco onde Bernardo foi encontrado, Evandro Wirganovicz depôs após a irmã e negou envolvimento com o crime. Ele disse que desconhecia "esse lado" de Edelvânia e chorou ao falar da falta do contato com os filhos:"Se eu devesse, podia tirar meus filhos de mim".
Os argumentos finais das defesas e do Ministério Público
Os advogados dos réus e a promotoria usaram as sessões de quinta-feira (14) e sexta-feira (15) para apresentar seus argumentos e tentar convencer os jurados da sentença mais adequada. Confira no vídeo abaixo os principais argumentos apresentados na quarta: