O homem que para a Polícia Civil era o real alvo do ataque que resultou na morte do jovem Gabriel Vilas Boas Minossi, 19 anos, na madrugada desta sexta-feira (9), no Hospital Centenário, em São Leopoldo, foi baleado na última quarta-feira (7) em uma oficina mecânica no bairro Santos Dumont, na mesma cidade. Na ocasião, conforme a investigação, Alex Junior Abreu Tubiana, 28 anos, conseguiu reagir a uma tentativa de homicídio e matar quem tentava assassiná-lo.
O crime ocorreu por volta das 18h de quarta. Tubiana havia chegado na oficina Sena Motos, que é de um familiar seu, para consertar sua motocicleta. Instantes depois, outros três homens invadiram o estabelecimento para supostamente matá-lo. Segundo a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Leopoldo, o alvo do trio estava nos fundos da oficina quando os criminosos chegaram e atiraram em sua direção.
A polícia diz que Tubiana revidou, baleando Samuel Lima da Rosa, 19 anos, que morreu no local. Rosa, que foi atingido por 10 tiros, tinha antecedentes por outros crimes.
No confronto, Tubiana foi baleado no tórax e está no Hospital Centenário desde então. Na quinta-feira (8), seu advogado procurou o hospital informando que vinha recebendo ameaças contra si próprio e contra o seu cliente. O hospital enviou ofício à Brigada Militar, pedindo por mais segurança. Ele chegou a ser transferido de quarto após as ameaças.
O delegado Alexandre Quintão, que responde pela Delegacia de Homicídios, confirma que havia ameaças.
— Pessoas estavam ligando para o hospital para saber se ele estava internado ali. Ele tem duas anotações de homicídio, saiu há 20 dias, já tinha recebido ameaças dentro do sistema prisional— diz Quintão.
O comandante do 25º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Daniel Coelho, garante que enviou uma ronda até a região e que não "identifica falha" em sua estratégia.
De acordo com a Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe), Tubiana saiu no dia 17 de outubro da Penitenciária Modulada de Charqueadas com autorização do Judiciário para passar a ser monitorado por tornozeleira eletrônica. Ele cumpria pena de 12 anos e seis meses por homicídio doloso. O homem possuía antecedentes por dois homicídios cometidos em 2010, na região da Vila Bras, em São Leopoldo, e envolvimento com tráfico de drogas.