O comandante da Brigada Militar (BM) em São Leopoldo, tenente-coronel Daniel Coelho, defendeu a atuação da corporação diante do risco de assassinato dentro do Hospital Centenário na madrugada desta sexta-feira (9) — que acabou vitimando um jovem por engano. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, o comandante afirmou que "não identificou falha" na atuação da BM:
— As informações que chegaram é de que havia a possibilidade de ameaça a um paciente que estava alvejado com disparos de armas de fogo. Diante disso, mandamos o coordenador de serviço até o local, conversamos (com o alvo) e ele se mostrou bastante tranquilo e não entendia que tivesse essa situação. Também, mais à noite, mandamos um oficial de serviço no local e não tivemos a informação de risco iminente — explica — Então, a avaliação da BM no momento foi de que rondas periódicas poderiam resolver a situação — completa.
Na quinta-feira (8), o Hospital Centenário encaminhou um ofício ao 25º Batalhão de Brigada Militar de São Leopoldo solicitando "escolta policial a fim de resguardar a incolumidade não só do paciente, mas também dos profissionais e demais usuários", após receber ligação do advogado de um homem que estava internado no local — com ficha criminal por homicídio e recentemente egresso do sistema prisional.
Indagado sobre a ronda policial não ter sido suficiente diante do pedido específico de escolta, Daniel Coelho enfatizou que a BM "não é onipresente" e agiu de acordo com a situação:
— O apelo foi atendido pela Brigada. Diante das informações que chegaram, a BM agiu dentro do limite. Antes do fato, uma guarnição saiu 10 minutos antes do hospital. Logo após também ao fato, uma guarnição estava passando na frente — enfatiza — Nós temos outros afazeres, temos outras atribuições também, e a avaliação no momento foi esta — conclui.
Ouça a entrevista completa:
O comandante esclareceu que situações como a desta sexta-feira não são "algo recorrente, normal, até porque o hospital tem seu sistema de segurança e a Brigada constantemente entra entra e sai do hospital":
— Pessoas baleadas entram no Centenário constantemente, então há uma rotina.
Indagado se haverá alguma mudança após o ocorrido, Coelho afirma que os processos possam ser otimizados de forma conjunta:
— Isso tem que ser avaliado como um sistema. Sistema de segurança do próprio hospital, sistema de informação entre a Polícia Civil e Brigada Militar, uma situação de agilizar a transferência destas pessoas para outros locais com rapidez.