Os 17 presos que podem retornar ao Estado graças a uma decisão do Tribunal de Justiça do RS têm 884 anos de condenações, sendo que ainda precisam cumprir 660 anos.
A maioria possui prisões preventivas decretadas em outros processos, ainda em andamento, por delitos como homicídio, tráfico de drogas, roubo, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Alguns dos homicídios dos quais os detentos são acusados contêm traços de violência extrema como esquartejamento e decapitações.
Confira quem são os presos que podem retornar:
Diego Moacir Jung (Dieguinho)
Pena: 58 anos (43 anos a cumprir)
Tem condenações por roubos e porte ilegal de arma. Foi apontado pela polícia como um dos principais especialistas em ataques a banco com explosivos. Em 2006, chegou a ser preso com Oséas Cardoso, o Português, considerado um dos membros do PCC.
Fábio Fogassa (Alemão Lico)
Pena: 54 anos (36 anos a cumprir)
Um dos principais líderes da facção Bala na Cara. Tem condenações por roubo e extorsão, tentativa de homicídio, homicídio e porte ilegal de arma.
A partir da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), teria comandado o tráfico de drogas, sobretudo, da Vila dos Sargentos, no bairro Serraria, zona sul de Porto Alegre.
Em 2016, foi denunciado por envolvimento, como mandante, na morte do empresário Marcelo Oliveira Dias, 44 anos, morto a tiros no estacionamento de um supermercado do bairro Cavalhada, na zona sul de Porto Alegre.
Jonatha Rosa da Cruz (Bito)
Pena: 60 anos (47 anos a cumprir)
Tem condenações por roubos, porte ilegal de arma e receptação. Considerado um dos criminosos envolvidos em ataques a banco com explosivos e de estilo cangaço (ataques com armamento pesado, usando reféns, em pequenas cidades) no Estado.
Bito fugiu da cadeia em 2016 e voltou a ser preso. Integrante da gangue da Ladeira, um dos braços fortes da facção Os Manos, com atuação em Gravataí. Foi alvo da Operação Clivium, em 2015.
José Carlos dos Santos (Seco)
Pena: 188 anos (176 anos a cumprir)
Condenado por roubos a banco e a carro-forte e latrocínio. Na década passada, liderou o principal bando especializado em ataques a carros-fortes no Estado. Próximo da facção Bala na Cara, Seco teria articulado um investimento no tráfico de drogas em Santa Maria.
Letier Ademir Silva Lopes
Pena: 47 anos (33 anos a cumprir)
Tem condenações por roubo e extorsão, tráfico de drogas, homicídio e tentativa de homicídio. Natural de Santo Cristo, tinha atuação criminosa especialmente em Canoas, entre os bairros Estância Velha e Guajuviras.
Na cadeia, vinculou-se à facção dos Abertos, mas estaria próximo da facção Bala na Cara, com poder de decisão.
Marcio Oliveira Chultz (Alemão Chultz)
Pena: 37 anos (20 anos a cumprir)
Até 2016, quando foi preso em Camaquã, Alemão Chultz ocupava posição de principal gerente dos Bala na Cara nas ruas, coordenando todas as ações da facção.
Milton de Melo Ferraz (Milton da Tinga)
Pena: 76 anos (58 anos a cumprir)
Tem condenações por homicídios, tráfico e lesão corporal seguida de morte. Foi apontado pela polícia como um dos líderes do tráfico no bairro Restinga. Comandaria a Gangue dos Milton, que é considerada a única aliada da facção dos Bala na Cara no bairro da zona sul de Porto Alegre.
Há pelo menos uma década, a gangue trava uma sangrenta disputa pelo controle dos pontos de tráfico da região.
Cássio Alexandre Ribeiro (Vida Loka)
Pena: 23 anos (12 anos a cumprir)
Tem condenações por porte ilegal de arma em Santa Cruz do Sul, tráfico de drogas em Garibaldi e roubo em Venâncio Aires.
Fábio Luis da Silva Mello (Fábio do Gás)
Pena: 36 anos (32 anos a cumprir)
Com condenações por tráfico de drogas, Fábio foi apontado pela polícia como o principal líder do tráfico na região de Rio Grande. Aliado à facção Os Manos, controlava a região sul do Estado. Um dos principais braços da interiorização das facções.
Caio Cezar Pereira da Silva
Pena: três anos (oito meses a cumprir)
Considerado pela polícia como um dos líderes da quadrilha dos V7, com atuação na Vila Cruzeiro, bairro Santa Tereza. Condenado por porte ilegal de arma. Responde por homicídio e tráfico de drogas.
Daniel Araújo Antunes (Patinho)
Pena: 24 anos (19 anos a cumprir)
Apontado pela Polícia Civil como um dos líderes de uma das quadrilhas mais violentas da Capital, com atuação no Loteamento Timbaúva, no bairro Mario Quintana, que forma o atual grupo Anti-Bala. Tem condenações por roubo e homicídio.
Com origem no bairro Rubem Berta, Patinho foi preso em 2011 em uma ofensiva policial contra o bando que atua no Timbaúva. Porém, segundo a polícia, ele não deixou de comandar o grupo responsável por casos de decapitação desde o ano passado na zona norte de Porto Alegre.
Dezimar de Moura Camargo (Tita)
Pena: 31 anos (13 anos a cumprir)
Tem condenações por homicídio, roubo e extorsão e crime contra a administração pública. Tem origem no bairro Passo das Pedras e, até o começo da década, fazia parte da quadrilha comandada pela família Bugmaer, com atuação na zona norte de Porto Alegre.
Ubirajara da Silva Barbosa (Bira)
Pena: 70 anos (52 anos a cumprir)
Condenado por porte ilegal de arma, tráfico de drogas, corrupção ativa, latrocínio, formação de quadrilha e roubo.
Apontado como um dos matadores de Cristiano Souza da Fonseca, o Teréu, dentro da Pasc.
Vanderlei Luciano Machado (Lelei)
Pena: 108 anos (87 anos a cumprir)
Tem condenações por roubos, tráfico, homicídio, tentativa de homicídio e estelionato. Com atuação na região de Santa Maria, começou na vida do crime praticando roubos a banco.
Uma vez preso em Charqueadas, Lelei teria estreitado laços com a facção Os Manos e com o PCC, em uma das tentativas de infiltração no Estado. Coordenaria uma rede de tráfico de drogas da Região Metropolitana para a Região Central.
José Marcelo Reyes Morales (Camarão)
Pena: 23 anos (quatro anos a cumprir)
Tem condenações por roubo com extorsão e uma tentativa de homicídio. Natural de Pelotas, ele seria integrante da quadrilha dos Tauras, que é uma das aliadas da facção Os Manos na região sul do Estado. Fez parte de um grupo de detentos do Presídio Regional de Pelotas que fugiu ao derrubar um muro com um caminhão.
Tiago Gonçalves Prestes (Pasteleiro)
Pena: 13 anos (oito anos a cumprir)
Tem condenação por homicídio. Natural de Pelotas, ele seria integrante da quadrilha dos Tauras, aliada à facção Os Manos. Esteve entre os detentos que fugiram do Presídio Regional de Pelotas com o uso de um caminhão para derrubar o muro.
Adriano Pacheco Espíndola (Baiano)
Pena: 33 anos (20 anos a cumprir)
Tem condenações por homicídios. Apontado pela polícia como líder da quadrilha dos Primeira, no bairro Restinga, zona sul de Porto Alegre, esteve envolvido nos conflitos entre grupos rivais pelo controle de pontos de tráfico na região.
Retorno ao Estado por questão de saúde:
Cristiano Feijó Madrile (Cabelo)
*Pena: 33 anos (13 anos a cumprir)
Apontado como um dos articuladores da facção Os Abertos, que ultimamente se aproximou dos Bala na Cara para controlar o tráfico no bairro Estância Velha, em Canoas. Tem condenações por homicídios e também envolvimento em roubos. É natural de Canoas.
Ele já retornou para o Estado por questões de saúde. Com os dois braços quebrados, enfrentava dificuldades para se alimentar e com a higiene.
* pena não contada na soma de 884 anos, citada no início do texto