A Justiça do Rio de Janeiro decretou a prisão de mais dois suspeitos de estarem no veículo de onde partiram os disparos de arma de fogo que mataram a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes, em 14 de março deste ano. Segundo o jornal O Globo, os suspeitos alvos da ordem judicial, que partiu do 4º Tribunal do Júri do Rio, são William da Silva Sant'Anna, o William Negão e Renato Nascimento dos Santos, Renatinho Problema. Eles foram identificados a partir do depoimento da testemunha-chave do caso, que está sob proteção. Ela não teria informado como conseguiu as informações.
Foi essa mesma testemunha que denunciou o ex-PM Alan de Morais Nogueira, detido na terça-feira (24) por suspeita de envolvimento no crime. Os mandados de prisão contra Sant'Anna e Santos, no entanto, não foram concedidos em razão das mortes de Marielle e Anderson, mas sim por uma execução cometida em 2015 por uma quadrilha de milicianos liderado por Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando da Curicica, preso em prisão federal no Rio Grande do Norte.
A dupla e Guilherme Anderson Oliveira Christensen, o Gordão, participaram do ataque que matou Rafael Freitas Pacheco da Silva, o Leão, na Estrada da Boiúna, no bairro de Taquara, Rio de Janeiro. O crime teria sido motivado pela disputa pelo controle de distribuição ilegal de sinal de TV a cabo.
Leão foi morto no mesmo bairro onde foi executado Carlos Alexandre Pereira Maria, o Alexandre Cabeça, assessor informal do vereador Marcelo Siciliano (PHS). Cabeça foi assassinado logo após o atentado a Marielle. Segundo a polícia, ele também trabalhava para Orlando, que teria ordenado a execução de dentro da prisão. A principal suspeita sobre a execução de Cabeça é que seria queima de arquivo.
Essa testemunha-chave do caso Marielle estaria auxiliando os investigadores em crimes relacionados ao grupo criminoso de Orlando. Ela teria informado à polícia ter presenciado encontro entre Orlando, em junho do ano passado, e o vereador Siciliano, em um restaurante, no Recreio.
Na reunião, o parlamentar teria reclamado da atuação de Marielle, que estaria atrapalhando o seu trabalho, e solicitado ao ex-PM que a situação fosse resolvida. Siciliano nega o encontro e o miliciano diz que não teve participação na morte da vereadora.