Ocorrida há mais de cem dias e ainda sem desfecho, a morte de Marielle Franco (PSOL-RJ) pode ter sua investigação menos transparente após "acordo de silêncio" entre o interventor federal na segurança pública do Rio, general Walter Braga Netto, e o presidente Michel Temer. As informações são do jornal O Globo.
Segundo a apuração, a medida foi tomada após constantes falas do ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, sobre o caso, causando desconforto no interventor federal na segurança pública do Rio.
Em abril e maio, o ministro deu várias declarações em que relacionou o assassinato à atuação de milicianos no Rio e até chegou a dizer que a investigação estava próxima de ser encerrada. BragaNetto, então, esteve em Brasília e, numa reunião com Temer — da qual também participou Jungmann —, acertou a "lei do silêncio" sobre o andamento das investigações. Em consequência, ambos têm evitado dar declarações a respeito do andamento das investigações.
"Cria da Maré", como gostava de dizer, Marielle Franco (PSOL) foi eleita vereadora do Rio de Janeiro com 46 mil votos, mas sua trajetória política foi interrompida por assassinos ainda desconhecidos no dia 14 de março. A vereadora foi atingida por quatro disparos na cabeça.