O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse em entrevista à Rádio Eldorado, nesta terça-feira (19), que as investigações sobre a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL), ocorrida no dia 14 de março na região central do Rio, ainda não foram concluídas por causa da "complexidade" do caso.
Segundo o ministro, as equipes que atuam na investigação sabem quem são os envolvidos, mas trabalham no levantamento de provas para poder apresentar as denúncias. O motorista que acompanhava Marielle, Anderson Gomes, também foi morto no ataque.
— Em primeiro lugar, o fato de que ele (o crime) foi planejado, foi feito por profissionais. Também a dificuldade de se encontrar a razão que teria levado à morte da Marielle, porque ela não apresentaria ameaça pessoal, o que torna a complexidade adicional, que é fazer a construção dessas possível ameaças, que sempre tendem a acontecer nesse tipo de caso. Isso complica, como também a percepção de que o círculo dos envolvidos é maior do que se pensava anteriormente, apontando para a participação, no caso dos mandantes, de autoridades do Rio de Janeiro. Então, todo esse quadro torna mais difícil e mais necessária a construção de provas robustas para poder indicar e apresentar a denúncia contra executores e mandantes — disse.
O ministro reconheceu que, comparado a outros casos de repercussão no Rio de Janeiro, como a morte da juíza Patrícia Acioli, esse crime está demorando mais para ter seus responsáveis apresentados.
— A média foi superada, mas isso não quer dizer que não vai se chegar ao executor e ao mandante, quer dizer da complexidade desse caso, que tem várias características diferenciais dos casos anteriores.
Segundo Jungmann, as investigações continuam apontando a participação de milícias e a fase atual da investigação tem como foco a construção de provas contra os suspeitos de participação no crime.
— Eu diria que as equipes que lá investigam sabem até quem seriam os prováveis mandantes e assassinos, eles têm essa percepção. O que eles hoje estariam focados é na construção das provas para apresentar as denúncias — enfatizou.