A Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro realizou no início da noite desta terça-feira (5) uma busca na casa do ex-policial militar Orlando Oliveira de Araújo, conhecido como Orlando Curicica, apontado como líder de milícia e investigado pelas mortes da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, ocorridas em 14 de março.
O imóvel fica em Vargem Pequena, na zona oeste do Rio. A busca começou por volta das 18h e durou cerca de uma hora, segundo o advogado Renato Darlan, que defende Curicica. Ele não presenciou a busca. Só o caseiro estava no imóvel. Curicica está preso desde 27 de outubro de 2017, acusado de homicídio. A mulher dele está escondida, segundo Darlan, com medo de ser alvo de algum crime por conta das acusações contra o marido.
Conforme Darlan, os policiais estavam acompanhados pelo policial militar que afirma ter testemunhado conversas de Curicica sobre um plano para matar Marielle. O advogado acusa os policiais de agir de forma truculenta durante a busca.
— Eles quebraram muita coisa, mas não encontraram nada (que fosse ilegal ou comprovasse a ligação de Curicica com a morte da vereadora) — afirmou.
Os policiais também teriam apresentado uma convocação para que o caseiro preste depoimento à Delegacia de Homicídios na próxima quinta-feira (7). Segundo Darlan, a ordem dos policiais foi para que "o caseiro não levasse advogado".
— Mas claro que eu vou (acompanhar esse depoimento) — afirmou Darlan.
O miliciano nega participação no assassinato da vereadora. A acusação contra ele foi feita por um policial militar que durante anos trabalhou com Curicica. Esse PM afirma que o miliciano teria agido em conluio com o vereador Marcello Siciliano (PHS), que também nega qualquer envolvimento no crime.
Questionada sobre a denúncia de Darlan, a Polícia Civil afirmou em nota que a delegacia "cumpriu um mandado de busca e apreensão e realizou perícia criminal" na casa de Curicica.
"A ação foi autorizada pela Justiça e acompanhada por duas testemunhas", conclui a nota.