A Polícia Civil já ouviu mais de 15 pessoas na investigação sobre a chacina com oito mortos ocorrida na Vila Augusta, em Viamão, na Região Metropolitana. A Delegacia de Homicídios local diz ter priorizado familiares e pessoas próximas das vítimas dos ataques, ocorridos no final da noite da última segunda-feira (18).
De acordo com a delegada Caroline Jacobs, algumas das testemunhas já foram ouvidas mais de uma vez, para esclarecer exatamente o passado das vítimas antes do ataque e definir o que teria motivado o crime. Além disso, a polícia também aguarda os laudos periciais solicitados ao Instituto-Geral de Perícias (IGP).
Os documentos — exames balísticos, papiloscópicos e dos corpos —são considerados provas mais consistentes em uma investigação do que depoimentos de testemunhas. Por isso, a polícia os trata como essenciais. São mais de 10 laudos solicitados pela delegacia.
O chefe de Polícia Civil gaúcha, Emerson Wendt, adiantou na última quarta-feira (20) que os crimes podem ter ligação com disputa interna de uma facção criminosa. Contudo, a motivação do ataque ainda é tratada como sigilosa pela delegada.
— O caso está bem adiantado, mas depende dos laudos e outras diligências que foram solicitadas à Justiça. O caso é a nossa prioridade na delegacia — resumiu Caroline.
Parte do reforço policial deixou Viamão
Enviado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) horas depois do ataque, o Batalhão de Operações Especiais (BOE) já deixou Viamão após operação voltada ao bairro Vila Augusta. Os policiais chegaram ao município na tarde da terça-feira e usaram até um helicóptero.
De acordo com o tenente-coronel José Carlos Pacheco Ferreira, comandante do 18º Batalhão de Polícia Militar (Viamão), ainda há reforço de guarnições de outras cidades próximas. Segundo ele, o policiamento segue também reforçado no local da chacina, mesmo que o caso possa ter sido motivado por uma disputa interna entre traficantes e não uma tentativa de invasão de rivais.
Também segue na cidade o reforço de cinco policiais civis enviados para ajudar a equipe que investiga o caso.
A maior chacina do século
As vítimas da maior chacina do século na Região Metropolitana, segundo balanço da Editoria de Segurança do Grupo RBS, são quatro mulheres e quatro homens assassinados entre às 23h30min e a meia-noite.
Na Rua Guarapari foram mortas três pessoas: Douglas da Costa Orguin, 19 anos, Stefânia Carvalho da Silva, 20, e Greice Kelly da Mota Jorge, 28. Douglas e Stefânia não tinham antecedentes criminais. Já Greice já tinha passagens por tráfico de drogas.
Na Rua Professor de Freitas Cabral, outras três pessoas foram mortas: Graziela da Silva Santos, Cintia Fogaça dos Santos e Frank Bruno. As idades não foram informadas.
Já na Rua Araranguá foi morto um homem, reconhecido como Claudio Roberto Gonçalves, 38 anos. Um oitavo homem foi encontrado morto no Arroio Feijó, bem próximo do local, e ainda não teve o nome revelado pela polícia.