Ainda sem solução, o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL), 38 anos, e do motorista Anderson Pedro Gomes, 39 anos, tem pelo menos duas testemunhas. O crime ganhou repercussão mundial. Segundo o jornal O Globo, duas pessoas estavam a cerca de 15 metros da cena — uma delas aguardava o sinal fechar para atravessar o cruzamento onde ocorreu a ação.
As testemunhas localizadas pelo jornal carioca contam que, por volta das 21h15min de 14 de março, um Cobalt prata fechou um carro branco, que quase subiu o meio-fio. O motorista do veículo branco, um Agile, reduziu a velocidade, na tentativa de não subir a calçada. Um passageiro sentado no banco traseiro do Cobalt abriu a janela, cujo vidro tinha uma película escura, sacou uma pistola de cano alongado e atirou. Para garantir a fuga, o veículo do agressor deu uma guinada e saiu em disparada pela rua Joaquim Palhares, no centro do Rio.
As duas pessoas que acompanharam o crime passo a passo não foram ouvidas pela Delegacia de Homicídios da Capital (DH), responsável por investigar o crime, e contaram que, logo depois dos assassinatos, policiais militares do 4º BPM (São Cristóvão) chegaram ao local e ordenaram que todos se afastassem. Alguns agentes sugeriram, segundo uma das testemunhas, que todos fossem para casa.
De acordo com O Globo, as duas testemunhas não se conhecem e têm versões idênticas da história. Elas também afirmaram não terem visto um segundo carro na emboscada contra a vereadora.
Sobre o caso, o secretário de Segurança, general Richard Nunes, afirmou, durante entrevista à GloboNews na última quinta-feira (29), que "é inegável" que as investigações caminhem para uma motivação relacionada à atuação política de Marielle Franco. Um investigador do caso também relatou ao jornal que estão sendo considerados projetos da vereadora e conflitos relacionados à atividade legislativa, apesar de ela nunca ter recebido ameaças. O mesmo agente afirmou que ela defendia pautas que contrariavam interesses de grupos, inclusive de milicianos.
A câmera no cruzamento das ruas Joaquim Palhares e João Paulo I não gravou as imagens do atentado. Segundo a CET-Rio, ela serve para a contagem de veículos e para regular o tempo dos sinais. O equipamento só envia dados para o controlador de trânsito.