O juiz Jorge Jansen Counago Novelle, da 15ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado, determinou, nesta quarta-feira (28), que o Facebook indique se perfis ligados a Luciano Ayan e ao Movimento Brasil Livre (MBL) patrocinaram os posts que impulsionaram a onda de fake news sobre a vereadora Marielle Franco. Além disso, a rede social ainda terá que identificar se os perfis apontados na ação são falsos e, se forem, que sejam excluídos.
O magistrado também determinou que os IPs e usuários que postaram publicações criminosas sejam detalhados, para que as autoras da ação — a irmã de Marielle, Anielle Silva, e a companheira da parlamentar, Mônica Benício — venham a acioná-los e responsabilizá-los civil e criminalmente.
As publicações devem ser retiradas do ar em até 24 horas. O descumprimento da decisão acarretará em multa de R$ 500 mil e poderá levar à suspensão temporária da rede social.
O caminho das fake news contra Marielle
Uma reportagem do O Globo traçou o caminho das fake news de maior repercussão sobre a vereadora – morto a tiros no dia 14 de março, no Rio. Conforme o jornal, um link do site Ceticismo Político se destacou e foi compartilhado 360 mil vezes no Facebook até a noite de quinta-feira (22), ocupando o primeiro lugar entre as publicações que abordaram boatos sobre a ligação da vereadora com o crime organizado.
A reportagem abordou ainda as relações entre o Ceticismo Político e o MBL. O Ceticismo Político é administrado por Luciano Henrique Ayan. O MBL teria afirmado à reportagem que não é responsável por administrar o perfil de Ayan e que não o conhece. O texto do Ceticismo Político foi replicado de forma idêntica pelo MBL, um minuto após o post de Luciano Ayan. Posteriormente, a publicação do movimento, que atingiu 33 mil compartilhamentos, foi apagada.
Ayan possui o domínio ceticismopolitico.org desde novembro de 2017. O site está registrado por uma empresa dinamarquesa. Antes, ele manteve o Ceticismo Político com outro endereço — o ceticismopolitico.com, com registro por uma empresa canadense, também usada para esconder o proprietário real do site.
Procurado, Ayan não respondeu à reportagem até a publicação desta matéria.