BM em penitenciária
O módulo 2 da Penitenciária de Canoas, sob a gestão da Brigada Militar desde domingo (29), começou a receber presos nesta terça-feira (30). Estão sendo selecionados presos nas penitenciárias estaduais de Arroio dos Ratos, de Charqueadas e Modulada de Charqueadas que não integrem nenhuma facção criminosa. Até o meio da tarde, 139 detentos destas três casas haviam sido transferidos. A vagas abertas nas três prisões serão ocupadas pelos presos que chegam às delegacias e precisam ingressar no sistema prisional, processo chamado pelo governo de triangulação.
O uso de brigadianos como carcereiros, sob o pretexto de estancar uma crise no sistema prisional, remete ao governo Antônio Britto. Em 1995, o governador criou a Operação Canarinho: uma força-tarefa da BM para administrar as já convulsionadas Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), a Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ) e o superlotado Presídio Central. A operação que duraria seis meses já se prolonga por 22 anos.
Agora, o secretário da Segurança Pública, Cezar Schirmer, garante que os PMs deixarão a Pecan2 tão logo novos agentes penitenciários assumam suas funções, o que deve ocorrer em março. Vamos aguardar. Manter PMs nas prisões, além de desvio de função, retira policiais das ruas e aumenta o risco de contaminação de uma tropa obrigada a, todos os dias, estabelecer algum tipo de negociação com integrantes de facções criminosas.
Chacinas no RS
O Rio Grande do Sul é o segundo Estado do país com maior registro de chacinas. Em 2016, foram 26 homicídios com três ou mais vítimas, deixando 90 mortos no Estado — no ano anterior, foram registradas 15 chacinas, com 50 mortos. A informação faz parte do levantamento nacional que integra o 11º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Somente o Rio de Janeiro, com 136 vítimas em 41 chacinas, está à frente na estatística que escancara o clima de guerra entre facções criminosas rivais.
No ano passado, o RS ultrapassou São Paulo neste levantamento. Lá, houve metade das vítimas gaúchas neste tipo de homicídio.
A informação expõe, mais uma vez, a extrema violência em curso no Estado. Agora, além de ser conhecido pelo Estado das decapitações e dos esquartejamentos, nos "destacamos" no quesito matanças. O poço parece não ter fundo.
Arsenal apreendido
Mais um arsenal foi apreendido no Estado. Em uma ação realizada durante o fim de semana nos vales do Caí e do Sinos, cinco armas, incluindo um fuzil, e explosivos foram apreendidos pela Polícia Civil. Duas mulheres que guardavam o material foram presas. O objetivo era prender João Batista Crisóstomo de Araújo, 57 anos, líder da quadrilha e responsável por pelo menos 10 ataques a banco com uso de explosivos e um a carro-forte desde o primeiro trimestre deste ano. Araújo, contudo, segue foragido desde 18 de março. Ele é considerado um dos 10 assaltantes de banco mais perigosos do Rio Grande do Sul.
Na semana passada, um jovem foi detido na última sexta-feira (27) pela Polícia Civil com 15 fuzis e 21 pistolas no seu apartamento, em Santa Cruz do Sul. Ele permanece preso.