GaúchaZH lançada em setembro de 2017, o Raio X da Violência, ferramenta feita a partir de levantamento organizado pela editoria de Segurança desde o começo de 2011, mostra contagem de pessoas que foram mortas em homicídios e latrocínios em Porto Alegre.
Entre os recortes trágicos dessa contagem, que tem atualizações diárias, a perda de jovens é a que deixa marcas de maior prejuízo para o futuro da cidade.
Confira a seguir algumas das conclusões feitas com base no levantamento (com dados de setembro de 2017):
- Com pelo 446 assassinatos, o bairro Rubem Berta é onde mais aconteceram mortes em Porto Alegre. Proporcionalmente, porém, o bairro mais violento da Capital é o Serraria, com taxa de 11,8 mortos para cada 10 mil habitantes, em média, a cada ano. Quase 12 vezes mais do que o considerado aceitável pela ONU.
- Os bairros Três Figueiras, Bela Vista, Pedra Redonda e Jardim Isabel não registraram assassinatos neste período.
- Com pelo menos oito casos, o Centro é o bairro com maior número de latrocínios no período. No entanto, o bairro Petrópolis é, proporcionalmente, o mais propenso a este tipo de crime. Foram 4 casos no bairro, ou 28,5% dos assassinatos totais nessa área. Na Vila Ipiranga e no Passo d'Areia, ocorreram outros 4 latrocínios em cada um. Ambos, correspondem a mais de 20% dos assassinatos. Os latrocínios correspondem a 3,7% dos crimes do total na Capital.
- Os bairros Rubem Berta (29), Mario Quintana (24) e Restinga (23) tiveram os maiores números de mulheres vítimas. No entanto, proporcionalmente, o bairro Praia de Belas, com 4 vítimas, representando 23,5% dos crimes do bairro, apresenta o maior índice da Capital. As mulheres representam 7,07% das vítimas de assassinatos na cidade.
- A maior parte das vítimas de assassinatos em Porto Alegre tem entre 18 e 35 anos, totalizando pelo menos 41,7% dos casos. Quando se trata de latrocínios, a média de idade sobe. São pelo menos 44,6% na faixa entre 25 e 49 anos.
- A expectativa de vida ao nascer na região Central de Porto Alegre, onde estão os bairros com menos assassinatos, é de 80,7 anos. Na região Nordeste, onde fica o bairro Mario Quintana, é de 71,7 anos. A média da Capital é de 76,4 anos.
- No bairro Pedra Redonda, onde não foram registrados assassinatos no período, o rendimento médio do responsável pelo lar é de 18,2 salários (o maior da Capital). Enquanto na Serraria, que tem o maior índice de homicídios — 11,8 para cada 10 mil habitantes por ano —, a média salarial do responsável pelo lar é a menor da cidade: 1,5 salário.
- A Serraria também tem o maior índice de analfabetismo da Capital, de 8,2% da população, enquanto o Bela Vista, onde não foram registrados assassinatos desde 2011, a taxa é de 0,34%, a menor da cidade.
- Em 2010, o bairro Sarandi tinha a maior população adolescente da Capital (10,6 mil pessoas). Entre 2011 e setembro de 2017, as vítimas jovens corresponderam a 18,7% dos pelo menos 219 assassinatos no bairro, que tem taxa média de 3,5 mortes para cada 10 mil habitantes por ano. No bairro Jardim Lindóia, havia apenas 548 adolescentes em 2010. Não houve jovens assassinados neste bairro no período.