Durante todo o ano passado, dez casos de latrocínio em Porto Alegre tinham o roubo de carro como motivação. Nos primeiros oito meses deste ano, já são 13 casos deste tipo. E quem investiga os roubos de veículos convive com a mudança do perfil do assaltante.
– Às vezes é o primeiro ou segundo roubo realizado por estes jovens, aí, qualquer movimento da vítima é fatal – diz o delegado Adriano Nonnenmacher, da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, do Deic.
Em agosto, uma investigação iniciada ainda em abril do ano passado desarticulou justamente uma quadrilha com o novo perfil dos criminosos. E que tem feito, segundo a polícia, explodir o índice de latrocínios. O bando era liderado por um adolescente de 17 anos que chegava a roubar dois carros por dia.
– Se antes quem roubava carros eram aqueles bandidos experientes e especializados, agora é o jovem assaltante que rouba pelos mais variados motivos. Já vi casos em que roubaram para usar o carro no fim de semana. Por isso o índice de carros recuperados também aumenta – explica o delegado.
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Em busca da rápida rentabilidade de um carro roubado, que, segundo a polícia, pode render entre R$ 500 a R$ 5 mil ao autor do crime, cada vez mais assaltantes inexperientes se aventuram no crime. Levantamento do Diário Gaúcho mostra que nos últimos cinco anos, a média de idade dos autores de roubos que resultaram em mortes na Capital caiu de 26,3 anos para 19,6 anos. Desde o começo de 2016, pelo menos nove adolescentes já foram apreendidos por esse tipo de crime.
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