Na dieta, não há mocinhos ou vilões: o que os torna os alimentos saudáveis ou não é o modo como eles são consumidos. A exceção para essa ideia são os ultraprocessados — que muitos nutricionistas sequer consideram alimentos de verdade. Salsicha, bolachas recheadas, salgadinhos, refrigerantes e outras guloseimas são itens de produção totalmente industrializada que pouco têm de valor nutricional. Se há produtos que são “só ruins”, sem acrescentar qualquer benefício à saúde, são eles.
— Esses a gente não pode salvar. Os ultraprocessados são alimentos cheios de gordura trans, sódio, açúcar e aditivos químicos. Não há qualquer ponto positivo associado a eles — diz a nutricionista Lisete Griebeler Souza, da Agan.
Carnes processadas e embutidos — incluindo aí presunto, bacon e linguiça — foram classificados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2015 como potencialmente cancerígenos, sendo colocados na mesma categoria do tabaco, do amianto e da fumaça de diesel pela “evidência suficiente” de ligação com o câncer. A organização esclareceu, na época, porém, que pertencer ao mesmo grupo “não significa que sejam igualmente perigosos”.
Assim, foi dado o recado: é melhor evitar esse tipo de produto. Mas isso quer dizer que eles estão proibidos? Também não é para tanto. Os ultraprocessados não devem fazer parte de uma dieta saudável, contudo ainda é possível se permitir comer, às vezes, alguns pedaços de salame com o pãozinho e o queijo no café da manhã sem se sentir culpado. Da mesma forma que se pode provar uma casquinha gelada de sorvete de vez em quando.
— Se está calor, estou na praia e cheia de vontade de tomar um sorvete, por que vou me privar? Isso me satisfaz, e comer tem que ser um prazer. O que não pode é o exagero — salienta Olga Amancio, presidente da Sban.
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