O Rio Grande do Sul recebeu, na sexta-feira (6), um lote de 90 mil vacinas contra covid-19 produzidas pelo laboratório Instituto Serum, da Índia, mas elas ainda não estão sendo aplicadas. A Central Estadual de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos (Ceadi) do Estado aguarda orientações do Ministério da Saúde sobre como as doses devem ser utilizadas e qual o público indicado.
Será a primeira vez que o Estado utilizará o imunizante deste fabricante. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) não especificou qual a previsão para que as vacinas estejam disponíveis.
Atualmente, Porto Alegre registra falta de imunizante contra covid-19, com poucas doses disponíveis na rede pública. Essas vacinas são da Moderna e disponibilizadas apenas nas unidades de saúde Tristeza, Álvaro Difini, São Carlos, Morro Santana e Primeiro de Maio.
A prefeitura diz que aguarda uma definição do Estado e não tem prazo para renovação do estoque. Atualmente, a vacina é destinada a crianças de seis meses a menores de cinco anos de idade, além de grupos prioritários (pessoas com cinco anos ou mais e com maior vulnerabilidade ou condição que aumente o risco para formas graves da doença, incluindo idosos, gestantes, puérperas e imunocomprometidos).
Em novembro, Porto Alegre já havia distribuído 8.220 vacinas entre os postos de saúde da rede municipal.
A nova vacina
Em janeiro deste ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro solicitado pela empresa Zalika Farmaceutica para o imunizante indiano. Na ocasião, foi divulgado que a vacina poderia ser usada em pessoas acima de 12 anos.
Conforme a Anvisa, um dos estudos de Fase 3 avaliou a eficácia em uma população adulta nos Estados Unidos e México, demonstrando eficácia de 90,4% para a prevenção da covid-19. Um segundo estudo, conduzido em população adulta no Reino Unido, demonstrou eficácia semelhante, de 89,7%.
A vacina do Instituto Serum é feita a partir de material genético recriado em laboratório, com adição de uma substância, conhecida como saponina, que fortalece a resposta do sistema imunológico. Essa vacina recombinante foi o sétimo imunizante contra covid-19 aprovado pela Anvisa desde o início da pandemia.