Nos últimos anos, o termo fitness ganhou força nas redes sociais. No Instagram e no TikTok, há milhões de publicações com essa hashtag. Costumeiramente utilizada para definir comidas ou dietas consideradas adequadas a um estilo de vida mais saudável, a palavra vem do inglês e, em tradução livre, significa preparo físico. Nos supermercados e lojas, é possível encontrar muitos alimentos com esse apelo. Mas nem sempre eles são sinônimo de alimento saudável.
Especialistas salientam que alimentos vendidos como fitness, light, diet ou zero não necessariamente são mais saudáveis, uma vez que as listas de ingredientes ainda podem contar com açúcares, gordura saturada, sódio ou outros itens que podem não fazer bem para a saúde quando consumidos em excesso. Entre esses produtos, alguns se destacam.
— Pensando em composição nutricional, essas bolachinhas fitness são muito parecidas com bolachas recheadas. Quando olhamos os ingredientes, encontramos farinha, açúcar, entre outros. As bolachas fitness não têm grandes benefícios em uma dieta. Às vezes a pessoa come um pacote achando que está ingerindo algo saudável e logo fica com fome, porque não é uma coisa que vai saciar — diz Vanessa Parmigiani, nutricionista e influenciadora digital.
Carla Piovesan, nutricionista e professora do curso de Nutrição da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), lembra de outros dois produtos bastante comuns: as massas wraps, comumente utilizadas como alternativa aos pães para sanduíches, e as barrinhas de proteína:
— Essas massinhas são vendidas como fininhas, leves, como uma opção fit ou light, mas têm gordura trans, ou gordura hidrogenada, que é como aparece na lista de ingredientes. E isso é prejudicial à saúde. Já as barrinhas de proteína chamam atenção por trazer um extra na quantidade de proteína, mas às vezes também trazem excesso de açúcar, saborizantes e gordura hidrogenada.
No caso dos refrigerantes, o termo zero ou diet também acaba influenciando as pessoas. Refris zero, ou sem açúcar, recebem adoçantes artificiais, como aspartame ou sucralose, e não contêm calorias. Em contraste, refrigerantes normais contêm açúcares adicionados e podem ser mais calóricos. Quando comparados, os rótulos das duas opções costumam ter muitos ingredientes em comum, como corantes, acidulantes e aromatizantes.
— Se a intenção é diminuir as calorias ou evitar o açúcar, trocar o normal pelo zero é uma opção. Mas se a intenção é cuidar da saúde, é melhor tomar água, porque o refrigerante, por si só, não é saudável — defende Tiffany Prokopp Hautrive, nutricionista e professora adjunta do departamento de Nutrição da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).
Alerta sobre as redes sociais
Há uma grande quantidade de informações sobre nutrição, dietas e alimentos disponíveis nas redes sociais. Os usuários compartilham dicas, receitas, planos alimentares ou curiosidades sobre produtos alimentícios. No entanto, nem todas as informações divulgadas são baseadas em estudos científicos ou opiniões profissionais, podendo ser equivocadas.
— Para driblar a desinformação, a população deve buscar fontes confiáveis de informações, como os sites e contas de órgãos de saúde pública e consultas com profissionais de saúde especializados da área, como nutricionistas — aconselha a professora Tiffany.
Uma fonte segura de informações sobre alimentação, segundo as nutricionistas, é o Guia Alimentar para a População Brasileira. Disponível para download, o documento orienta como escolher os alimentos e montar refeições balanceadas. Para objetivos específicos, como dietas para controlar o colesterol ou a diabetes, por exemplo, o ideal é consultar um profissional de saúde.