Os atendimentos no Hospital Padre Jeremias, em Cachoeirinha, estão restritos apenas para casos graves nesta segunda-feira (1º). Parte dos funcionários estão em greve, alegando problemas de pagamentos por parte do administrador, a Fundação Universitária de Cardiologia (FUC).
Segundo o Sindisaúde, estão sendo atendidos apenas pacientes classificados na categoria vermelha, quando há risco de vida. Nos demais casos estão sendo orientados a procurar Unidades de Pronto Atendimento (UPA) ou hospitais. Outros funcionários confirmaram a informação. Até o momento, a FUC afirmou que está mantendo os atendimentos de urgência e emergência.
Em contato com GZH, a FUC afirmou que os sindicatos da classe se comprometeram em manter os quantitativos para o atendimento dos pacientes internados e para as situações de urgência e emergência.
— Por enquanto, não temos qualquer registro de que esse compromisso não esteja sendo cumprido — declara a Fundação.
Servidores da saúde estão alegando problemas no pagamento rescisório de alguns funcionários, situação semelhante ao do hospital de Alvorada. Assim como no município vizinho, a Fundação deixará de administrar o hospital e está com dificuldade de remunerar o quadro que será desligado.
A previsão é que o novo gestor, o hospital Ana Nery, de Santa Cruz do Sul, assuma a instituição no próximo dia 8. No entanto, trabalhadores alegam que o contrato ainda não foi assinado, situação confirmada por GZH. O temor, é que se repita o cenário ocorrido em Alvorada, em que não havia equipes suficientes após a troca de gestão.
— Tentamos contato com a empresa, com o diretor do Hospital Ana Nery. O rapaz (diretor) está de férias, então o diretor parece não estar muito preocupado também com a situação aqui de Cachoeirinha, estão assumindo dia 8 e não se vê nada, não tem algum movimento mais concreto para dizer assim: “vai ser tal o quadro, quem vai assumir, eles estão contratando”, não se vê isso — afirma o diretor do Sindisaúde, Arlindo Ritter.
A reportagem entrou em contato com o Ana Nery, que afirmou estar aguardando tratativas com o governo do Estado para encaminhar um processo de transição e assumir a gestão. A Secretaria Estadual da Saúde (SES) também foi procurada para se manifestar. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, a secretária Arita Bergman garantiu que o processo ocorrerá na próxima semana sem transtornos.
— Cada caso é um caso. Primeiro porque em Cachoeirinha vai assumir o Ana Nery dia 8 de abril, e são equipes diferentes (em relação à Alvorada). Esperamos que em Cachoeirinha possamos ter mais acolhida dos que estão saindo para que o processo seja um pouco mais tranquilo — diz a titular da SES.