As plantas alimentícias não convencionais (pancs) têm ganhado espaço no cardápio dos brasileiros. Como o próprio nome sugere, as pancs são espécies ou partes de plantas que podem ser consumidas, mas que não aparentam ser comestíveis. Incluir esses alimentos na rotina pode trazer uma série de benefícios para a saúde, além de contribuir para a construção de uma alimentação diversificada.
O dente-de-leão, conhecida por causar ardência e coceira quando em contato com a pele, é uma delas. De acordo com o e-book Plantas Alimentícias Não Convencionais – PANC: resgatando a soberania alimentar e nutricional, feito por pesquisadoras da Universidade de Caxias do Sul (UCS), a espécie é considerada uma planta daninha, muito frequente no sul do Brasil.
Repleta de benefícios, essa planta pode ser usada no preparo de massas, saladas, refogados e chás. Apesar de não fazer parte dos hábitos cotidianos de algumas pessoas, o dente-de-leão pode servir como o acompanhamento de uma refeição ou até mesmo como o prato principal. Segundo o e-book, deve-se evitar o consumo in natura da planta. Além disso, é preciso utilizar luvas para manusear a planta (leia mais abaixo).
Para que serve o dente-de-leão
O dente-de-leão é rico em ferro, potássio, zinco, e vitaminas A, B, C e D. A planta tem ação contra radicais livres e pode ser capaz de apresentar citotoxicidade contra células cancerígenas.
Além disso, segundo o Centro de Referência em Práticas Integrativas em Saúde do Distrito Federal, o dente-de-leão é utilizado na medicina popular como diurético, laxante suave, e estimulante do apetite. Também pode ser utilizado em casos de gota, hipertensão, furúnculos, abcessos, psoríase, moléstias do rosto (vermelhidão, acne, escamações).
Onde encontrar o dente-de-leão
Uma panc é caracterizada por não ser comumente cultivada como outras plantas que costumam fazer parte do cardápio dos brasileiros. Apesar de não ser facilmente encontrada nos supermercados, ela pode ser plantada em casa. É possível encontrá-la, também, em hortas comunitárias e terrenos baldios.
— Em primeiro lugar, é preciso saber reconhecer a espécie. Se encontrar na rua e tiver certeza de que é a planta correta, pode coletar e lavar bem antes de consumir. Em terrenos baldios, é importante cuidar se animais não costumam defecar no local — aconselha Valdirene Camatti Sartori, professora da UCS e uma das pesquisadoras envolvidas no e-book sobre pancs.
Como preparar a urtiga
Segundo o e-book da UCS, as folhas levemente amargas e tenras são indicadas para saladas e refogados, além de poderem compor receitas de sucos verde. A planta também pode ser utilizada como complemento de temperos em receitas que envolvem carne, como esfirras. Além disso, existem outras formas de incorporar essa panc na rotina.
*Produção: Yasmim Girardi