Em novo levantamento divulgado nesta terça-feira (22), a Secretaria Estadual da Saúde revelou que o Rio Grande do Sul registrou queda de 98,2% no número de casos de zika vírus entre janeiro e 8 de julho deste ano. No Estado, foram 58 contaminações durante o período em 2022, contra apenas um caso — autóctone — registrado em 2023, confirmado no município de Cachoeirinha, na região metropolitana de Porto Alegre.
Outros cinco casos foram confirmados após a data (8 de julho). Todos em Lindolfo Collor, município no Vale do Sinos.
Embora o Estado tenha apresentado queda, os dados divulgados pelo Ministério da Saúde apontam que o Brasil registrou crescimento de 20% nas contaminações pela doença. Foram 7.093 notificações contra 5.910 no mesmo período de 2022. A região Sudeste teve o maior aumento, de 11,7%.
Apesar dos números, a pasta alega que são "dados preliminares e sujeitos a alterações e que a vigilância das arboviroses — o que inclui as infecções causadas pelo vírus zika — é de notificação compulsória, ou seja, todo caso suspeito e/ou confirmado deve ser obrigatoriamente notificado aos serviços de saúde".
A chefe do Centro Estadual de Vigilância Epidemiológica do Rio Grande do Sul (Cevs), Tani Ranieri, explica que normalmente a maior a incidência e sazonalidade das arboviroses são entre o final do ano até o maio, com pico no mês de abril. Mas, quando há grande incidência de uma das doenças, na maioria das vezes, ela indica uma redução com relação às outras arboviroses.
— A gente tem a dengue predominante aqui no Estado. E, quando isso acontece, é mais um motivo para uma menor incidência nos casos de chikungunya ou de zika vírus. Não tem nenhuma explicação, mas é realmente uma concorrência entre patógenos. Estamos lidando com o mesmo vetor que transmite esses três vírus. A Vigilância é bastante sensível e estamos acompanhando o cenário. Uma característica importante que a gente tem observado é a continuidade de casos ao longo de todos os meses do ano. Mas, é sempre muito mais associada à circulação da dengue do que das outras arboviroses — detalhou.
Em maio deste ano, o governo federal lançou uma campanha de combate ao zika, dengue e chikungunya.
Prevenção
Para prevenir a doença, a principal maneira é a eliminação de criadouros do mosquito, evitando acúmulo de água parada em vasos de plantas e pneus velhos. Também são recomendadas a aplicação de repelente em áreas do corpo expostas, a utilização de roupas compridas e a instalação de telas em portas e janelas.
Sintomas
Segundo a chefe do Centro de Vigilância Epidemiológica do Rio Grande do Sul, Tani Ranieri, os sintomas mais comuns da doença são dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos. Também há, embora menos frequentes, casos em que a pessoa contaminada pelo zika vírus apresenta inchaço no corpo, dor de garganta, tosse e vômitos.