Os gases intestinais são um incômodo para muita gente, em alguns casos fonte de constrangimento. Mas não se engane, eles não uma manifestação natural. Os gases intestinais são um fenômeno natural do sistema digestivo humano.
Na maioria das vezes, eles ocorrem devido à fermentação dos alimentos pelas bactérias intestinais durante a digestão.
Gases intestinais podem ser explicados por diversos fatores: comer rápido, uso de antibióticos ou consumo de alimentos que têm digestão mais lenta. A consequência é a maior produção e concentração de gases, que podem causar mal-estar e distensão abdominal (abdômen distendido ou inchado).
O que são gases intestinais?
A produção de gases é resultado da fermentação dos alimentos no sistema digestivo. Eles ocorrem porque nosso organismo produz ácido clorídrico e enzimas para ajudar na digestão quando comemos.
À medida que esse processo ocorre, gases como dióxido de carbono, metano e hidrogênio são liberados. A eliminação ocorre por meio de arrotos ou flatulências.
Como se formam os gases intestinais?
Existem algumas causas que podem aumentar os gases intestinais. Uma delas é a ingestão de alimentos ricos em fibras, que podem ser de difícil digestão para algumas pessoas, como é o caso da batata-doce, o feijão e o repolho.
Exemplos de alimentos que podem influenciar na produção de gases:
- Leguminosas: feijão, grão de bico, lentilha
- Vegetais crucíferos: repolho, couve-flor, brócolis, alcachofra
- Lactose: açúcar do leite
- Amido: batata, cereais, trigo
- Sorbitol e frutose: carboidratos contidos naturalmente em diversos alimentos e muito usados como adoçantes em produtos industrializados
- Fibras: carboidratos não digeríveis que podem sofrer fermentação pelas bactérias intestinais
Comer rápido também pode ser motivo de entrada no ar no organismo, o que aumenta a produção de gases. Esse processo é chamado de meteorismo intestinal, que pode causar desconforto, inchaço e dor abdominal.
Usar antiácidos e antibióticos pode alterar a flora intestinal e, dessa forma, modificar o processo de fermentação dos microrganismos. Por isso, é importante consultar um médico antes de interromper o uso dos medicamentos.
Os intolerantes à lactose devem evitar leite e seus derivados ou utilizar a enzima lactase. Além disso, a produção anormal de gases intestinais pode estar relacionada a um problema de saúde que afeta o sistema digestivo como a má digestão, hipocloridria, disbiose, parasitoses e a síndrome do intestino irritável. A prisão de ventre pode também estar associada ao problema.
Como evitar o excesso de gases?
A primeira dica é seguir uma dieta equilibrada e adequada: evitar alimentos de difícil digestão, como os citados anteriormente; consultar um especialista para verificar a possibilidade de intolerância à lactose ou síndrome do intestino irritável.
O consumo de água também ajuda a manter o trânsito intestinal regular e evitar a formação excessiva de gases. Outra medida importante é mastigar bem - e comer devagar - os alimentos para evitar a entrada de ar no organismo. Outra dica é não ingerir líquidos com as refeições.
Atividade física é outra aliada para se livrar do problema, pois auxilia na eliminação de gases, evitando a sua retenção. Não praticar atividades físicas deixa mais lento o processo de digestão, aumenta a fermentação dos alimentos e pode facilitar a produção de gases intestinais.
*Fonte: Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva e Neurogastroenterologia
