Cumprindo agenda em Porto Alegre nesta sexta-feira (5), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, confirmou que o Rio Grande do Sul receberá quase R$ 33 milhões dentro do programa de redução das filas para cirurgias eletivas.
— O recurso vem de forma imediata para todo o Estado, e a distribuição vem a partir da pactuação que foi feita com os secretários municipais de saúde - explicou.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, Arita Bergmann, mais de 17 mil procedimentos poderão ser realizados com esse investimento, sendo 2 mil a mais por ano no GHC.
Nisia participou da posse do novo diretor-presidente do Grupo Hospitalar Conceição, Gilberto Barichello, e acompanhou a assinatura de uma portaria que viabiliza esses recursos.
A ministra elogiou a assinatura de outra portaria no evento que prevê políticas dentro do Grupo Hospitalar Conceição para melhor atender mulheres que chegam vítimas de violência doméstica.
— Vai ser um trabalho conjunto com Estado e município de montar centros de acolhimento a essas mulheres, que são atendidas. Foram mais de 5 mil nos últimos anos, e quando elas são atendidas não sabem para onde voltar. Vamos aumentar as estruturas de rede de apoio - ressaltou o novo diretor.
Para o centro de oncologia do GHC, que precisa de verba para equipamentos internos, a Ministra citou a autorização de aquisição de um acelerador linear para radioterapia e R$ 29 milhões, conforme já antecipado pelo novo diretor presidente à Rádio Gaúcha, na quinta-feira (4). A previsão é inaugurar o novo local em 2024.
Em entrevista exclusiva ao Gaúcha Atualidade, a ministra da Saúde falou sobre os preços dos planos de saúde. Ela analisou que o custo elevado tem relação com os altos valores de alguns medicamentos. Nísia afirma que o Ministério da Saúde está trabalhando junto ao setor da saúde complementar para diagnosticar esses problemas e estimular a produção local de medicamentos e insumos.
— A meta é chegar a 70% de produção local em dez anos - estimou.
Ainda pela manhã, Nisia participou do 1º fórum social das periferias de Porto Alegre, no bairro Santa Teresa, com integrantes da comunidade da Vila Cruzeiro.
Depois de ouvir as demandas dos moradores sobre saúde, ela salientou a abertura de mais de 500 vagas do programa Mais Médicos para o Estado. Nisia reforçou a prioridade para médicos brasileiros, com políticas de incentivo e bonificação, e acrescentou que se discute a possibilidade de uma retomada da parceria com os médicos cubanos.
— Estamos trabalhando para um Mais Médicos que traga inovação e tendo como objetivo principal que esses médicos cheguem a quem mais precisa. Muitas vezes nossa periferia é tratada como uma região remota, mesmo que esteja ao lado dos grandes centros - apontou Nisia.
Ela ainda pediu apoio das lideranças comunitárias para incentivar as campanhas de vacinação, como a da gripe, e das escolas para motivar os pais a imunizarem as crianças com as doses previstas no calendário, como a poliomielite.
— Faremos a partir de junho esse trabalho de reforço à vacinação da pólio - adiantou a ministra.