Uma bebê de sete meses internada em um hospital em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, aguarda atendimento especializado em otorrinolaringologia quase 24 horas após decisão judicial determinar a transferência dela para local que ofereça esse tipo de serviço de saúde. A criança apresentou problemas na traqueia e precisa realizar exame para avançar no tratamento.
A decisão, assinada as 23h11min de sexta-feira (21), estipula a “imediata transferência da menor para hospital que contemple a especialidade de otorrinolaringologia”, sob responsabilidade do município de Sapiranga, onde a criança vive em um abrigo. Até as 21h deste sábado (22), a bebê seguia internada no Hospital Regina, aguardando o procedimento em meio à indefinição sobre transferência ou consulta com otorrino.
O despacho também cita como alternativa a orientação de técnicos da Secretária Municipal de Saúde de Sapiranga, “optando pela medida mais célere a fim de garantir o tratamento de saúde necessário à sobrevivência da infante”.
A procuradora-geral de Sapiranga, Mirian Monteiro, afirma que o município, o hospital onde a criança está internada e demais órgãos estão atuando pela transferência. No entanto, alega que os hospitais públicos que contam com a especialidade não têm leito disponível e diz que há dificuldade em localizar profissional na rede particular em meio ao feriado e fim de semana. Mirian explica que a decisão judicial também recai sobre o Estado do Rio Grande do Sul, responsável pela regulação de leitos.
— Não tem plantão otorrino em lugar nenhum na rede privada. Então, estamos tentando de tudo quanto é forma localizar profissional para esse atendimento. Na realidade, não é nem a internação que precisa, porque o Hospital Regina tem tudo para o paciente ficar bem, é especialista em questão pediátrica. Mas não tem um otorrino infantil que possa verificar como está a situação da traqueia dessa bebê, que está entubada há dias — diz Mirian.