O Hospital Universitário de Canoas suspendeu por 10 dias a realização de cirurgias eletivas (com agendamento prévio) a partir desta quinta-feira (27), em razão da situação financeira da instituição. A mudança não afeta a emergência obstétrica, retaguarda pediátrica — casos que precisem de atendimento hospitalar, mas não podem ser atendidos nas UPAs ou UBS — nem o setor de maternidade, consultas e exames.
Em nota, a Prefeitura de Canoas afirma que o hospital acumula uma dívida de mais de R$ 12 milhões, em razão da falta de repasse de R$ 18 milhões pela prefeitura, causada "pela demora na assinatura do aditivo ao contrato, ainda em 2022”. O texto ainda diz que o Executivo enfrenta uma dívida de mais de R$ 169 milhões e que isso impede a quitação imediata das pendências com a instituição.
— Por isso essa dificuldade da compra de insumos e até mesmo de pagamento da folha das PJs médicas (pessoas jurídicas). Hoje, o hospital está em débito de 20% dessa folha, o que causa transtornos — afirma o assessor especial do Gabinete da Prefeitura, Felipe Martini em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha.
Ele estima que 200 cirurgias serão atingidas no período da suspensão, já que a média do hospital é de 600 procedimentos deste tipo por mês. O assessor ainda salienta que o setor de obstetrícia estará garantido, já que são realizados cerca de 400 partos por mês.
— O corpo técnico vai definir quais são as cirurgias de maior urgência e emergência para esse período de contingência — afirmou Martini.
A Secretaria Municipal de Saúde de Canoas orienta que os moradores do município procurem as unidades básicas de saúde para casos que não sejam graves, evitando a sobrecarga de atendimento nas UPAs e nos hospitais.
A prefeitura ainda disse que, para amenizar os transtornos à população, ações estão sendo adotadas em conjunto com a rede assistencial do município. A Fundação Educacional Alto Médio São Francisco (Funam) ganhou o processo licitatório para fazer a gestão do hospital, mas o município pediu intervenção em 2022. O prazo vai até de 3 junho, podendo ser prorrogado.