A ex-secretária-adjunta de Atenção Hospitalar da prefeitura de Canoas, Ana Paula Macedo, assumiu nesta terça-feira (5) como nova diretora-geral do Hospital Universitário, que passou por mudanças na administração ao longo do ano após uma série de irregularidades das gestoras anteriores. Ela vai trabalhar ao lado do diretor-técnico, Paulo Nader, da diretora assistencial, Luciana Feldens, e da diretora operacional, Janice de Freitas Cardoso, que foram nomeados ao longo do mês de junho.
Apesar do novo grupo à frente da gestão, a comissão temporária de intervenção, que assumiu em 27 de maio e da qual Ana Paula era membro, seguirá trabalhando junto à administração também. O comitê passou a gerir o hospital após decisão judicial devido a irregularidades (leia mais abaixo) e seguirá atuando até que uma nova gestora assuma — o edital para contratação deve ser publicado em breve.
A nova diretora-geral prevê que a emergência pediátrica, fechada desde 6 de junho, será reaberta nesta semana. No total, mais de 100 funcionários foram contratados recentemente, sendo que 16 serão realocados especificamente para a área pediátrica, que contará com 16 leitos.
A diferença é que, a partir da reabertura, o espaço não funcionará mais com portas abertas, e sim com leitos de retaguarda. Assim, crianças que precisarem de atendimento devem ser levadas às Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) Rio Branco e Guajuviras ou ao Centro de Saúde da Criança. Se for necessário atendimento por um período maior, elas serão transferidas ao HU.
— Tomamos a decisão de que a emergência pediátrica será retaguarda de outras portas de entrada, e não mais porta aberta, livre demanda, nesse primeiro momento. Nesse período em que ela esteve fechada, fizemos pequenas reformas e restabelecemos equipamentos, além de termos contratados profissionais. Com isso, temos a segurança de reabrir de forma definitiva e com segurança.
Retomada de serviços
Ana Paula afirma que a comissão de intervenção conseguiu, em um período de pouco mais de um mês, adquirir insumos e medicamentos que estavam faltando. Foram R$ 3 milhões investidos na compra de itens necessários ao funcionamento da instituição, que estava prejudicado.
— O nosso primeiro desafio foi repor esses estoques. Além disso, a administradora anterior deixou um quadro de desestabilização muito grande, de profissionais desestimulados. Estamos trabalhando nisso.
A administração também busca retomar cirurgias e procedimentos que não foram realizados, além de entregar resultados de exames que estão atrasados. O bloco cirúrgico chegou a ficar uma semana sem realizar atendimentos, o que já foi normalizado.
O Hospital Universitário é referência para mais de 100 municípios.
Mudanças de gestão
Após o desligamento total do Grupo de Apoio a Medicina Preventiva e a Saúde Pública (Gamp) em razão de uma série de suspeitas de irregularidades e desvios de verbas, a Fundação Educacional Alto Médio São Francisco (Funam) assumiu a gestão no final de janeiro. Poucos meses depois começaram a surgir denúncias de falhas e irregularidades na gestão do hospital, e a Justiça concedeu liminar em 27 de maio determinando intervenção na instituição.
Com contrato vigente por pelo menos seis meses, a Funam negou qualquer irregularidade na administração do hospital.
Alerta de golpe
Nesta retomada, o Hospital Universitário alerta para tentativa de golpes envolvendo cobranças indevidas para a realização de exames emergenciais de pacientes internados na UTI. Familiares de pacientes estão recebendo mensagens via WhatsApp com a cobrança.
O HU reforça que todo o atendimento no local é 100% SUS e que, assim, não há necessidade de pagamento de nenhum tipo de valor. Qualquer suspeita de irregularidade pode ser informada para o setor de Ouvidoria pelos telefones 3478-8100 ou 3748-8033. Outras informações também podem ser consultadas por e-mail: hu.ouvidoria@hucanoas.com.