Pacientes que necessitam pelo Sistema Único de Saúde (SUS) do medicamento certolizumabe pegol 200 mg/ml injetável encontram dificuldades para consegui-lo junto ao governo do Estado. A sustância é distribuída às farmácias municipais pela Secretaria Estadual da Saúde (SES) e, segundo relato dos usuários, desde o início do mês de fevereiro está em falta.
A SES confirmou que está ocorrendo um desabastecimento pontual do medicamento. Segundo a pasta, a regularização de estoques ocorrerá na medida em que o Ministério da Saúde, responsável pelas compras, repassar novas doses ao Estado. No entanto, a secretaria não recebeu nenhuma previsão por parte do governo federal.
Segundo a SES, a orientação aos pacientes que fazem uso da medicação é a avaliar junto ao seu médico a possibilidade de troca para outra opção terapêutica, até que ocorra a normalização dos estoques.
Porém, nem todos têm essa possibilidade. Morador de Arroio Grande, no Sul, o funcionário público Wagner Lemos, 42 anos, está na busca do certolizumabe pegol para a esposa Caroline, 37. Ela, que faz tratamento para engravidar, precisa obrigatoriamente deste medicamento e, com a falta, vem enfrentando dificuldades.
— Ela fez exames laboratoriais e o resultado mostrou alterações quatro vezes superiores ao normal. É muito difícil ver a minha esposa com muita dor, dificuldades para sair da cama e até para caminhar — lamentou.
A esposa de Wagner sofre de espondilite anquilosante há quatro anos, mas há cerca de um está tomando este medicamento. O certolizumabe pegol 200 mg/ml é utilizado também para o tratamento de outras enfermidades como artrite reumatoide e doença de Crohn. Na rede privada, o medicamento, com duas doses, pode ser encontrado por até R$ 3 mil.
GZH entrou em contato com o Ministério da Saúde em busca de um posicionamento, mas, até o momento, não obteve retorno.