O Laboratório Central do Estado (Lacen-RS) confirmou nesta quarta-feira (5) o primeiro caso de infecção simultânea pelos vírus influenza e coronavírus. A identificação da dupla contaminação foi observada em um homem de 21 anos, morador de Porto Alegre, que foi atendido no dia 23 de dezembro.
Conforme a Secretaria Estadual da Saúde (SES), o homem apresentou sintomas gripais leves – como febre, dor de cabeça e no corpo – e não precisou de hospitalização. Ele não possui comorbidades e o resultado confirmatório do teste RT-PCR saiu no último dia 28.
Ainda segundo a SES, o levantamento do esquema vacinal apontou que o homem realizou apenas uma dose da vacina da covid-19 em setembro do ano passado e não completou o esquema de duas doses. A situação vacinal contra a gripe segue sendo apurada.
O Lacen informou que o vírus influenza detectado no homem é o H3N2. Esse tipo de vírus é um dos que compõem a vacina anual da gripe, por isso uma das medidas de prevenção indicada pela secretaria é a imunização.
Apesar de já ter sido encerrada a campanha de imunização, a vacina contra a gripe segue disponível nos municípios que ainda possuem doses em estoque e aquelas cidades que não tenham mais doses podem solicitar novos lotes ao Estado. Todas pessoas acima dos 6 meses de idade podem fazer a vacina.
Desde o início de dezembro, o Lacen já identificou também 116 casos de Influenza A-H3N2, incluindo entre eles dois óbitos – em residentes de Porto Alegre e São Francisco de Paula.
Casos de coinfecção simultânea por covid-19 e influenza H3N2 podem parecer novidade, mas existem desde o início da pandemia e são subnotificados, de acordo com infectologistas. O fenômeno, chamado informalmente de "flurona", costuma ser menos frequente do que a contaminação por apenas um dos vírus, mas deve se tornar mais comum em meio à retomada das atividades, a nova onda de Ômicron e o surto de H3N2 no verão, fora de época.