A médica brasileira Mariângela Simão, diretora-assistente da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a área de medicamentos, vacinas e produtos farmacêuticos, disse ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, nesta segunda-feira (17), que ainda é possível que novas variantes o coronavírus surjam mais adiante.
A pesquisadora afirmou ainda que, apesar da Ômicron ser menos agressiva que a cepa anterior, a Delta, é preciso te cuidado para evitar o surgimento de uma nova mutação, mais agressiva. A vacina, segundo ela, é fundamental neste momento.
— É muito provável que apareçam novas variantes. Não podemos dizer que toda variante que aparecer é menos virulenta, mais fraquinha. Nós, da OMS, temos uma expectativa bastante otimista, pois as vacinas têm capacidade de diminuir os casos graves — disse a médica, seguindo:
— Todos nós queremos o fim desta pandemia. Só que estamos lidando com um vírus que é muito transmissível. Faz mutações com muita facilidade (...) Ninguém tem uma bola de cristal para dizer que essa é a última variante. Provavelmente não é. Mas agora temos mais ferramentas para lutar contra isso do que tínhamos antes — concluiu.
Mariângela defendeu as vacinas e afirmou que, desde o inicio das campanhas de vacinação, no final de 2020, onde o Reino Unido vacinou a primeira pessoa, mais 9 bilhões de doses já foram administradas.
— Bilhões de pessoas já tomaram a vacina. A gente conhece bastante sobre o perfil de risco, de segurança e eficácia delas (vacinas). A gente tem um grau de segurança bastante grande das vacinas disponíveis no mercado para a população adulta e para crianças, neste modelo de RNA mensageiro usada pela Pfizer — disse a especialista, lembrando que outros laboratórios estão apresentando estudos de suas vacinas para a faixa de pessoas entre cinco e 11 anos de idade.
A médica ressaltou a desigualdade na vacinação em diferentes países e disse que a OMS recomenda que, nações que ainda não fizeram uma ampla cobertura na população idosa (mais de 60 anos), não devem priorizar ainda a vacinação infantil. No caso de países mais avançados na imunização, dar a injeção anticovid para a faixa abaixo dos 12 anos é essencial.
— Em alguns países já têm muita gente vacinada. A vacina é boa para diminuir a severidade do vírus. O apelo da OMS é para que você receba a vacina, pois não só você está ajudando a si mesmo, mas também está ajudando o coletivo — disse.
Medicamentos para combater o vírus
A diretora-assistente disse que, no momento, mais de 1,7 mil estudos ocorrem no mundo todo em busca de um medicamento para aliviar casos graves no coronavírus. Segundo a especialista, as pessoas ainda deverão tomar a vacina, mesmo usando o remédio de forma combinada.
— Não irá substituir a vacina. Ainda temos que vacinar, mas isso pode ser algo a mais para a ajudar a não desenvolver uma doença severa —concluiu.