O Observatório Covid-19 Fiocruz divulgou nota técnica destacando que um terço dos Estados e dez capitais estão em zonas de alerta intermediário e crítico para ocupação de leitos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI). O documento tem como base dados divulgados em 10 de janeiro.
A nota alerta para o novo crescimento nas taxas de ocupação de leitos de UTI diante da ampla e rápida proliferação da variante Ômicron no Brasil. Mas ressalta que, neste momento, "menções a um possível colapso no sistema de saúde são incomparáveis com o que foi vivenciado em 2021".
De acordo com a análise, Pernambuco (com 82% de ocupação dos leitos) está na zona de alerta crítico. Pará (71%), Tocantins (61%), Piauí (66%), Ceará (68%), Bahia (63%), Espírito Santo (71%), Goiás (67%) e o Distrito Federal (74%) estão na zona de alerta intermediário. Entre as capitais, Fortaleza (88%), Recife (80%), Belo Horizonte (84%) e Goiânia (94%) fazem parte da zona de alerta crítico. Enquanto Porto Velho (76%), Macapá (60%), Maceió (68%), Salvador (68%), Vitória (77%) e Brasília (74%) figuram na zona de alerta intermediário.
Pelo levantamento do Observatório, o Rio Grande do Sul figurava, até 10 de janeiro, em situação de alerta baixo, com 1.173 pacientes internados, correspondendo a 49% de ocupação dos leitos. Nesta quinta-feira (13), a situação permanecia a mesma, de acordo com o Monitoramento Covid-19, da Secretaria Estadual da Saúde (SES), com uma internação menos.
Segundo os pesquisadores do Observatório, responsáveis pelo Boletim, o número de internações em UTI hoje ainda é "predominantemente muito menor" do que aquele observado em 2 de agosto do ano passado, por exemplo, quando já no quadro de arrefecimento da pandemia leitos começavam a ser retirados. O documento ressalta ainda que o grande volume de casos já está demandando de gestores atenção e o acionamento de planos de contingência.
Os pesquisadores ressaltam que há um novo cenário da covid-19 com a vacinação e as próprias características das manifestações da doença pela Ômicron, sem minimizar as preocupações com o novo momento da pandemia. Por outro lado, alegam que não se pode deixar de considerar o fato de a ocupação de leitos de UTI hoje também refletir o uso de serviços complexos requeridos por casos da variante Delta e casos de influenza.
Eles destacam ainda que é preciso prosseguir na vacinação da população, reorganizar a rede de serviços de saúde para cobrir os desfalques de profissionais afastados por conta da covid-19 e garantir a atuação eficiente da atenção primária em saúde no atendimento a pacientes empregando, por exemplo, teleatendimento.