Até essa quinta-feira (24), faltando seis dias para terminar o mês, o Rio Grande do Sul recebeu o equivalente a 90% do volume de vacinas que a Secretaria Estadual da Saúde (SES) espera para junho – e o necessário para manter o cronograma de vacinação que prevê toda a população adulta atendida com pelo menos uma dose até 20 de setembro.
Segundo a SES, o Piratini conta com o envio de pelo menos 2,2 milhões de doses mensais para cumprir a meta até o final do inverno. Se esse patamar for ultrapassado, o governo estadual afirma que será possível adiantar o calendário de imunização. Nesta quinta, o governador Eduardo Leite já fez uma antecipação em relação à tabela original e puxou a data para concluir a primeira aplicação em todos os adultos de 30 de setembro para 20 de setembro.
Com a entrega de mais 434.820 doses de imunizantes da Janssen, da Pfizer e da CoronaVac até o começo da tarde, o Rio Grande do Sul somou 1.973.950 unidades encaminhadas pelo Ministério da Saúde desde o começo do mês, ou 89,7% do estimado para todo o período. Novas remessas devem ser feitas até o dia 30, mas a assessoria de comunicação da SES informa que “o Estado não tem como antecipar a data e os quantitativos que serão enviados”.
— Como hoje (quinta) estamos recebendo 434 mil doses, e na sexta (25) estaremos distribuindo 334 mil para D1 (primeira dose), podemos, sim, alcançar a meta proposta porque o Rio Grande do Sul já demonstrou para o Brasil por que fica em primeiro lugar como o Estado que mais vacina com a dose dois — afirmou a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, durante transmissão realizada ao lado do governador Eduardo Leite pela manhã.
A expectativa de receber 2,2 milhões de doses ao mês até completar o atendimento de toda a população adulta com pelo menos uma aplicação, em setembro, pode ser afetada por eventuais atrasos ou redução na oferta. Nesta semana, por exemplo, a escassez de imunizantes comprometeu o ritmo da campanha em dezenas de municípios no Rio Grande do Sul. A situação, após a distribuição das novas cargas, deverá ser normalizada.
— Com essa remessa que chegou hoje, estaremos com 100% dos municípios com condições de fazer aplicação da D1 (primeira dose) e continuar com a D2 (segunda dose) — assegurou Arita.
Comparada ao mais recente cronograma de entrega de vacinas do Ministério da Saúde, atualizado na noite de quarta-feira (23), a projeção gaúcha pode ser considerada até conservadora. O governo federal prevê o envio de 39,8 milhões de doses para todo o país ainda em junho, 41,9 milhões em julho e 130,5 milhões no bimestre de agosto e setembro (o que resultaria em uma média mensal de pouco mais de 65 milhões de unidades).
Se for confirmado percentual de 6% do volume disponível que costuma ser direcionado ao Estado, em julho, por exemplo, os gaúchos poderiam receber 2,5 milhões de doses – cerca de 300 mil a mais do que a conta cautelosa do Piratini.
Por meio de nota, a SES informou que “trabalha na perspectiva de receber o mínimo de 2,2 milhões de doses por mês. Se vierem mais, vamos acelerar a imunização”. Se for cumprida a promessa do ministério de 130,5 milhões de doses entre agosto e setembro, a projeção do mesmo percentual de 6% resultaria em 7,8 milhões de unidades a desembarcar no Salgado Filho no bimestre — o equivalente a uma média de 3,9 milhões ao mês, quase 80% acima do que prevê a projeção da SES.
A SES informa ainda que pelo menos 410 municípios gaúchos já começaram a vacinar moradores com menos de 50 anos. Uma das preocupações dos gestores municipais e estaduais é ampliar a adesão da população à campanha contra a covid-19. Para isso, o governo estadual recomenda que as prefeituras mobilizem agentes comunitários de saúde e associações de bairro.
Até as 16h de quinta, o Estado atendeu com pelo menos uma dose 38,7% de toda a população gaúcha, e 15,6% com o esquema vacinal completo.