A confirmação de que está com covid-19 não soou como novidade para o jogador gremista Diego Souza. O diagnóstico, divulgado na tarde desta sexta-feira (28), foi o segundo que o atacante do Grêmio recebeu em pouco mais de um ano, e serve como exemplo de como o coronavírus é capaz de reinfectar quem já teve a doença anteriormente.
É fundamental manter os cuidados preventivos em relação à pandemia, como distanciamento social e uso de máscara, porque uma primeira contaminação não é garantia de imunidade indeterminada. A presença do vírus costuma estimular a formação de anticorpos no organismo do paciente, o que pode protegê-lo de um novo contágio, mas alguns fatores podem reduzir esse bloqueio natural.
Conforme o virologista e professor da Universidade Feevale Fernando Spilki, um desses elementos é a própria intensidade com que o organismo reage à doença.
— Usualmente, (a reinfecção) ocorre em indivíduos que não montaram uma resposta imunológica robusta após a primeira infecção. Normalmente, são pessoas que tiveram uma primeira covid-19 leve — esclarece Spilki.
Outro ponto a ser considerado é o tempo decorrido desde o primeiro contágio. Diego Souza teve exame confirmado anteriormente no início de maio de 2020, há pouco mais de um ano.
— Quando há um lapso de tempo grande entre os dois episódios, a imunidade, que talvez já não fosse muito robusta, vai caindo até um nível em que já não protege mais o indivíduo — acrescenta Spilki.
Recentemente, mais um fator de risco vem ganhando espaço: a diversidade genética do vírus. Ainda que existam relatos de reinfecções por cepas de coronavírus bastante próximas, essa possibilidade aumenta conforme se multiplicam as variantes.
— Eventualmente, a nova contaminação pode ser facilitada pela diferença entre os vírus (em cada episódio da doença) — observa o virologista.
Por essas razões, episódios como o de Diego Souza reforçam a importância de manter todos os cuidados recomendados por especialistas em relação à pandemia. Embora o presidente Jair Bolsonaro tenha dito, em dezembro, que contraiu “a melhor vacina, o vírus”, exemplos como o do jogador gremista servem de alerta de que apenas a combinação entre vacina e medidas como distanciamento e uso de máscara é capaz de frear a covid-19.